Reuters, Nova York
O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou suas projeções de crescimento para a América Latina, e disse que a recuperação será liderada pelo Brasil e estimulada por medidas de estímulo governamentais adotadas “na hora certa”.
A melhora nas condições nos mercados financeiro global e de commodities também está apoiando o desempenho da América Latina, disse o FMI no relatório de Perspectivas Econômicas Mundiais. O documento ressalta ainda que os riscos de revisão para baixo de suas perspectivas estão retrocedendo.
“Há indicações de que a recuperação teve início no segundo trimestre de 2009 e deve assumir ritmo moderado na segunda metade do ano, liderada pelo Brasil”, apontou o FMI no documento.
A instituição afirmou também que muitos países da América Latina estão aptos a mitigar o impacto da crise com políticas monetárias anticíclicas.
As estimativas do FMI para a economia da América Latina são de contração de 2,5 por cento neste ano e expansão de 2,9 por cento em 2010.
BRASIL
O fundo melhorou sua estimativa para o Brasil, para retração de 0,7 por cento neste ano –comparado com previsão anterior de recuo de 1,3 por cento– e crescimento de 3,5 por cento em 2010 –1 ponto percentual acima do cenário anterior.
“O Brasil vai liderar a recuperação em parte por causa de seu grande mercado doméstico e da diversidade dos produtos exportados e mercados, especialmente a Ásia”, disse o FMI.
As previsões para o México, economia mais abatida da região, apontam retração de 7,3 por cento neste ano e crescimento de 3,3 por cento em 2010.
A recuperação mexicana será mais lenta porque sua economia é mais aberta ao comércio global e mais dependente dos Estados Unidos, disse o fundo.
Apesar da retomada, as previsões do FMI apontam que a inflação da região continuará contida, devido a ainda ampla capacidade ociosa, permitindo que as políticas monetárias afrouxadas sejam mantidas.
O FMI estima que a inflação caia de 8 por cento em 2008 para 6,1 por cento em 2009 e para 5,2 por cento em 2010.
“Os bancos centrais devem manter os juros baixos até que a recuperação esteja ocorrendo de forma sólida e até que as pressões inflacionárias se tornem relevantes”, afirmou o organismo.