Hoje, 28 de agosto,é o Dia do Bancário. Em todo país, os sindicatos e federações promovem manifestações e festividades para marcar a data e aproveitam para denunciar os abusos dos bancos e cobrar responsabilidade social. Também ocorre neste sexta o aniversário da CUT, fundada em 1983.
“Os bancos estão na contramão do movimento que a economia brasileira está seguindo. Enquanto os demais setores econômicos criaram 300 mil novos postos de trabalho no primeiro semestre com a retomada do crescimento, os bancos, que não sofreram nenhum impacto com a crise, estão fazendo o contrário”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. “Isso é ainda mais injustificável quando sabemos que o sistema financeiro foi o que apresentou a maior rentabilidade de toda a economia no primeiro semestre, quando os 21 maiores bancos somaram lucro líquido de R$ 14,3 bilhões”.
Passeata
Em São Paulo, milhares de trabalhadores vão tomar as ruas na Jornada Nacional Unificada de Lutas. O objetivo é reunir todas as categorias em campanha salarial neste segundo semestre para pressionar os patrões e colocar em destaque as bandeiras dos trabalhadores.
Haverá passeata que sairá às 10h da sede da entidade (Rua Caetano Pinto, 575, metrô Brás) e irá até a Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal. A Superliga dos Bancários e Os Irresponsáveis, heróis e vilões criados pelo Sindicato para a campanha salarial deste ano, estarão lá.
Respeito aos empregos, aumento real de salários, maior participação nos lucros dos bancos, além da redução dos juros, ampliação do crédito, redução da jornada de trabalho (de 44 horas semanais para 40 horas semanais) para a criação de mais empregos e renda são consideradas ações essenciais para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
A redução do spread, uma das bandeiras mais antigas dos trabalhadores bancários, também será defendida no ato. As instituições financeiras já tentaram explicar os valores do spread criticando a lei. Segundo Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato de São Paulo, os principais pontos levantados pelos bancos já foram alterados, como a lei da falência e o recolhimento do compulsório, que foi reduzido. Mas nada de os spreads caírem. Depois, jogaram a culpa na taxa básica de juros. A Selic foi reduzida de 22% ao ano, em 2003, para 8,75% em julho.
“A bola da vez é a inadimplência e de desculpa em desculpa dos banqueiros o Brasil continua campeão nos spreads. É fundamental que haja uma regulamentação que limite a cobrança de juros e dos spreads, assim como é feito com a poupança e o sistema financeiro de habitação”, diz Marcolino.
Comemorações
Além de manifestações, vários sindicatos estão organizando comemorações para reunir a categoria e confraternizar. Haverá festas em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Campinas, dentre tantas outras cidades.
“Queremos que neste dia 28 de agosto todos os bancários comemorem com alegria o Dia do Bancário. Os banqueiros estão sempre querendo estragar a nossa festa: rejeitam nossas reivindicações, tentam coibir as atividades sindicais, impõem metas absurdas e sobrecarga de trabalho e incentivam a prática de assédio moral. Mas apesar deles, nós temos o que comemorar”, destaca o presidente do Sindicato do Rio de Janeiro, Almir Aguiar.
“Ainda somos uma categoria que consegue preservar conquistas históricas, como a jornada de seis horas, um mesmo acordo coletivo nacional que inclui trabalhadores dos setores público e privado, descanso nos finais de semana e, mais recentemente, o 13º auxílio-alimentação, entre outras conquistas que muitas categorias perderam diante dos ataques do neoliberalismo aos direitos trabalhistas”, enfatiza.