Protesto contra assédio moral e jornada excessiva no BB em Porto Alegre

Os funcionários do Banco do Brasil participaram na quinta-feira, dia 7, das 12h às 13h, de uma manifestação contra a prática do assédio moral e por respeito à jornada de seis horas na instituição. Diretores do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), Contraf-CUT e Fetrafi-RS também participaram da atividade, que ocorreu em frente à agência Uruguai, no Centro de Porto Alegre.

O fim do assédio moral é uma das principais bandeiras do SindBancários, tema que já foi pautado durante as reuniões com o banco. Dirigentes sindicais têm recebido seguidos relatos de funcionários que são submetidos a diversos abusos por parte do BB, como ameaças de descomissionamento e o envio de torpedos com cobranças de cumprimento de metas fora do horário de expediente, inclusive nos finais de semana.

Quanto ao descumprimento da jornada de seis horas, o SindBancários está estruturando uma ação coletiva, para requerer o direito na Justiça. Podem ingressar funcionários com jornada de 8 horas, mas que desempenham atividade técnica ou burocrática e assim deveriam ter expediente de 6 horas. O BB é um dos maiores litigantes na Justiça do Trabalho, por ações que têm como motivação o não-cumprimento da jornada prevista em lei.

Manifestações

A atividades contou com diversas manifestações. No intervalo o músico Charles Busker fazia a animação dos participantes, com músicas de Raul Seixas, Zé Ramalho, Eagles e outros.

O diretor do SindBancários e funcionário do BB, Pedro Loss, abriu as manifestações. Além de fazer um esclarecimento à população sobre o ato, cobrou medidas por parte da direção do banco para acabar com o problema do assédio moral.

“Entendemos que o BB deve pautar e combater esse tema, uma vez que deixa rolar solto a prática do assédio em sua instituição. A responsabilidade social começa em casa. Queremos prestar o melhor serviço à população, mas também melhores condições de trabalho para todos. Também denunciamos a ilegalidade na jornada de trabalho. Que o banco cumpra o que estabelece a legislação”, manifestou Pedro Loss.

Para Ronaldo Zeni, diretor de Formação do SindBancários e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a realização do ato, em frente à agência Uruguai, tinha como objetivo denunciar as ações que estão ocorrendo no Banco do Brasil.

“A jornada de oito horas e o assédio afetam aos trabalhadores do BB. Em vez de primar pela qualidade no atendimento à população, pratica jornada excessiva e reduz o número de trabalhadores. Ao mesmo tempo, o foco exclusivo na venda de produtos causa desvirtuamento da função pública do banco e o assédio cada vez maior motivado por metas inatingíveis”, afirma.

“Estamos aqui na frente do BB para mostrar a organização dos trabalhadores e expressar a nossa convicção de que o Banco do Brasil deve retomar a sua função pública, com respeito ao trabalhador e aos seus clientes”, disse Marcos Todt, diretor do SindBancários e vice-presidente da Apcef-RS.

“Queremos que o cliente não seja privilegiado pelo seu saldo, mas que todos tenham um tratamento igualitário. O SindBancários vai seguir fazendo na luta por um banco público e de fomento ao desenvolvimento. Também não vamos aceitar a imposição de metas abusivas e a violência organizacional sobre os trabalhadores”, assegurou Todt.

Para o diretor Jurídico do Sindbancários, Lucio Mauro Paz, o ato esclarecia ao público o que o trabalhador do BB vem sofrendo, como uma série de ações de assédio moral e o descumprimento da jornada.

“Todas essas práticas trazem o adoecimento do bancário. O Sindicato denuncia essa série de atrocidades, exigimos que o BB cumpra o seu papel público e não vise o lucro em cima do suor alheio. Queremos mais investimento em recursos humanos e o fim das metas desumanas e abusivas, que reflete na saúde dos bancários”, frisou Lúcio

“Estamos aqui para denunciar a violência a que estão sendo submetidos os funcionários do BB, que são pressionados e trabalham em condições desumanas. São situações aviltantes, com sofrimentos cotidiano, que ninguém aguenta e acaba provocando mortes e sequelas”, denunciou o diretor do SindBancários, Mauro Salles.

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