Financial Times
George Parker
O chefe do órgão regulador do setor financeiro do Reino Unido apoia a ideia de instituir impostos globais sobre transações financeiras, alertando que um setor financeiro “inflado” que paga salários excessivos tornou-se grande demais para a sociedade.
Adair Turner, presidente do conselho de administração da Financial Services Authority (FSA), diz que a discussão em torno das gratificações dos executivos se transformou numa “distração populista” e que mais providências drásticas poderão ser necessárias para colocar o setor financeiro no seu devido lugar.
Ele disse também que o FSA deveria “ser muito, mas muito cuidadoso ao considerar a competitividade de Londres como uma meta importante”, alegando que a City (distrito financeiro de Londres e, por extensão, todo o setor) se transformou num fator desestabilizador na economia britânica.
Suas observações, sugeridas numa entrevista concedida à revista “Prospect” publicada ontem, podem ser lidas em outros centros financeiros, incluindo Nova York, num indício de que o Reino Unido está ficando cada vez mais cético sobre as vantagens percebidas de ser um importante centro financeiro.
A sugestão de lord Turner, de que um “imposto Tobin” – em homenagem ao economista James Tobin – deveria ser considerado para transações financeiras também deverá reverberar por todo o mundo. O imposto sugerido, que anteriormente havia sido defendido por economistas desenvolvimentistas e pelo governo francês como um meio de prover recursos para o mundo em desenvolvimento, foi ferozmente contestada pelo setor financeiro.
Lord Turner aparenta estar preocupado com um retorno à rotina do dia a dia na City, sugerindo que novos impostos poderão ser necessários para coibir lucros e remunerações excessivos no setor financeiro.