Bárbara Libório
Folha de S.Paulo
Homem, com mais de 51 anos de idade e salário médio mensal de R$ 90 mil -mais bônus anual de R$ 845 mil. Segundo pesquisa da consultoria Hay Group, esse é o perfil médio dos presidentes de empresas no Brasil.
O estudo, realizado com 322 empresas nacionais e estrangeiras e 4.324 executivos que ocupam 47 cargos, indicou que 98% dos líderes de empresas são homens, 62% deles têm acima de 51 anos, e 42% trabalham há até cinco anos na empresa.
Em 2013, o aumento salarial do cargo foi de 7,5%, 1,4 ponto percentual maior que a dos demais executivos.
No entanto, segundo o estudo, os bônus pagos em 2013 para presidentes e outros executivos ficaram abaixo da expectativa.
Das empresas que participaram do estudo, 63% pagaram bônus abaixo da meta neste ano, com destaque para os setores de comunicação e mídia e transporte e logística.
“Isso já era esperado. Os bônus pagos em 2013 são relativos ao desempenho de 2012. Como o ano de 2011 foi muito bom para a economia, o mercado esperava um resultado melhor no ano seguinte”, explica Leonardo Salgado, diretor do Hay Group.
Já os incentivos de longo prazo, como ações da companhia, com o objetivo de reter o executivo, voltaram a crescer. Em 2013, houve alta de 36% para os presidentes, e 16% para os demais executivos.
Em 2004, 63% da remuneração era composta pelo salário-base do cargo, 32% pelos bônus, e 5% pelos incentivos de longo prazo. Neste ano, os incentivos correspondem a 19%, enquanto os bônus caíram para 30%, e o salário-base para 51%.
“Os incentivos de longo prazo são um grande diferencial das empresas na disputa por bons profissionais. Os executivos veem boas oportunidades quando se deparam com eles”, diz Salgado.
Segundo o diretor, o executivo brasileiro deve custar ainda mais para as empresas nos próximos anos. “A oferta de empregos para executivos no Brasil é alta, mas o país não produz profissionais qualificados nesse mesmo ritmo. É uma questão de oferta e demanda”, afirma.