Agência internacional EFE
O presidente do Banco Santander, Emilio Botín, afirmou hoje em Londres, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que “o Brasil se tornou uma potência mundial por méritos próprios e deixou de ser o país do futuro para se transformar no país do presente”.
O Brasil “é a nona economia do mundo” e nos últimos anos, disse o banqueiro espanhol, “conseguiu combinar um forte crescimento com uma estabilidade econômica cada vez maior em termos de inflação, de déficit e de dívida”.
“(O Brasil) somou a seus enormes recursos naturais um setor industrial cada vez mais forte, com tecnologia própria e maior presença internacional” e conseguiu “manter um importante setor exportador combinado com uma demanda interna cada vez mais dinâmica”.
“A crise internacional está pondo a toda prova a solidez das bases sobre as quais a economia brasileira se sustenta”, disse Botín durante o seminário sobre investimentos no Brasil organizado em Londres pelo jornal “Financial Times”.
O presidente do Banco Santander lembrou que a economia brasileira “registrou apenas dois trimestres de quedas em sua produção e está sendo das primeiras a sair da crise”.
Durante seu discurso, o banqueiro falou dos fatores que possibilitaram esse progresso e a estabilidade econômica e citou em primeiro lugar “a melhora no funcionamento e na confiabilidade de suas instituições, condição necessária para manter e atrair investimento estrangeiro”.
Botín elogiou o Banco Central brasileiro por “descer, em plena crise, as taxas de juros para um mínimo histórico, algo simplesmente impensável em crises anteriores”.
O espanhol ainda afirmou que o setor financeiro brasileiro “é o melhor do continente” e está “entre os melhores do mundo”.
“Não tenho nenhuma dúvida de que, muito em breve, São Paulo será um centro financeiro de referência mundial, como o são atualmente a City londrina, Frankfurt ou Nova York”, disse.
Segundo Botín, o sistema financeiro brasileiro “é muito competitivo, eficiente, tecnologicamente avançado e conta com a situação única de ter três grandes bancos públicos, fortes e bem administrados e três privados, entre eles o Banco Santander Brasil, situados entre os 30 maiores bancos do mundo por valor de mercado”.
O presidente do Banco Santander afirmou que o Brasil dispõe de “um dos melhores sistemas de supervisão e regulação bancária do mundo”, como prova o fato de que “seus bancos saíram imunes da crise financeira internacional, ao que também contribuiu o Banco Central do Brasil”.
Botín disse que, apesar de o Brasil “estar na moda hoje em dia, sempre esteve”, para o Santander.
O espanhol afirmou que a empresa quer continuar aumentando seus investimentos no Brasil, que já chegam a US$ 28 bilhões.