Política financeira Italiana faz repressão a evasão fiscal contra bancos suíços

Financial Times
Vincent Boland, de Milão

A polícia financeira da Itália realizou batidas nas agências de bancos suíços espalhadas pelo país, ontem, numa crescente repressão à evasão fiscal, que vem causando atritos entre os governos italiano e suíço.

A Guardia di Finanza, acompanhada de inspetores fiscais da Agenzia delle Entrate, equivalente à Receita Federal, visitou 76 agências italianas de bancos suíços para assegurar que estejam fornecendo “informação correta e em tempo hábil” às autoridades tributárias.

A iniciativa é a ação de maior visibilidade já tomada contra supostas evasões fiscais na Itália desde agosto, quando as autoridades tributárias disseram estar investigando as atividades financeiras de 170 mil cidadãos italianos suspeitos de acumular ativos em contas de bancos suíços.

Esse anúncio coincidiu com uma investigação que as autoridades iniciaram para apurar o espólio de Gianni Agnelli, falecido presidente do conselho de administração da Fiat, em conexão com uma disputa da família em torno de alegações de que o espólio teria ? 1 bilhão (US$ 1,5 bilhão) de ativos não declarados fora da Itália.

A crise financeira global levou o governo italiano a buscar receitas alternativas. Neste mês, o parlamento aprovou uma anistia fiscal que impõe sanções mínimas para repatriar dinheiro mantido no exterior. O governo espera atrair de volta ? 100 bilhões, a maioria da Suíça, que poderão render receita adicional de ? 5 bilhões.

Executivos de bancos em Milão disseram que cidadãos italianos podem estar mantendo até ? 600 bilhões em ativos nos bancos suíços ao longo de muitas décadas.

Reina uma irritação crescente na Suíça, porém, pela forma como a anistia está sendo introduzida, especialmente pela forma como os guardas de fronteira italianos intensificaram suas vistorias das pessoas que cruzam a divisa entre Itália e Suíça.

As agências dos bancos suíços em toda a região norte e central da Itália foram visitadas pela Guardia di Finanza e os inspetores fiscais. Nenhum dos bancos quis comentar ontem.

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