Paralisação em Fortaleza denuncia descaso da Fenaban nas negociações

Um ato e paralisação das atividades por duas horas na agência do Banco do Brasil, na Barão do Rio Branco, em Fortaleza no dia 10/9, marcaram a indignação dos bancários e dirigentes do Sindicato dos Bancários do Ceará para o descaso com que os banqueiros vem tratando as negociações com a categoria, dentro da Campanha Salarial deste ano. O ato foi palco de várias manifestações, com humor e irreverência de músicos e emboladores, ocasião em que os bancários denunciaram a intransigência dos banqueiros, que não apresentaram nenhuma proposta, mesmo depois de quatro rodadas de negociação.

Há promessa da Fenaban de anunciar uma proposta aos bancários no próximo dia 17/9, mas enquanto isso o Sindicato convoca a categoria a manter-se mobilizada, sinalizando que a qualquer momento novas atividades poderão acontecer, inclusive com chamamento para uma greve. Pelo menos esse foi o tom dado pelos diretores do SEEB/CE, nos seus discursos durante a manifestação na agência do Banco do Brasil.

Foram denunciados os descasos dos banqueiros, pois enquanto contas suas fortunas, bancários e clientes sofrem dentro das agências. Uma das reivindicações centrais dos bancários é a preservação do emprego, além da ampliação das contratações; o fim das terceirizações e a aplicação das regras da Convenção 158 da OIT, que proíbe demissões imotivadas.

“Isso significa que a proposta dos bancos às reivindicações da categoria não pode ser meramente econômica, mas deve incluir emprego, saúde, segurança, igualdade de oportunidades e melhores condições de trabalho”, asseverou Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará. Para o presidente do SEEB/CE, diante do desempenho dos bancos, fica claro que os banqueiros têm plenas condições de atender as reivindicações da categoria bancária, quais seja,, reajuste de 10%, PLR justa para todos, valorização dos pisos salariais, fim das metas abusivas, garantia do emprego, mais contratações e mais segurança para trabalhadores e clientes.

Caixa

Os bancários do Ceará realizaram também ato na Caixa Econômica Federal, agência José de Alencar, no Centro de Fortaleza. Com muito bom humor, para introduzir a discussão acerca da situação dos trabalhadores, houve um duelo de repentistas. Os clientes que esperavam atendimento do lado de fora da unidade, formando uma imensa fila, aproveitaram o momento para assistir à apresentação, o que gerou também identificação com a categoria.

O diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Clécio Morse, declarou que a Campanha teve início sem radicalização, tendo havido mesas de negociações com os banqueiros, que, entretanto, estão se negando a apresentar uma proposta que contemple os anseios dos bancários. “Se não houver uma boa proposta dos banqueiros, nós vamos fazer um movimento paredista, de greve”, disse ele. O diretor afirmou ainda que a categoria não deseja prejudicar a população, travando inclusive uma luta que é também por melhorias para quem utiliza o serviço do banco, como diminuição das tarifas, respeito à lei das filas, etc.

Bradesco

Ocorreu também manifestação no Bradesco/BCN, na Rua Barão do Rio Branco, no Centro de Fortaleza, com panfletagem e ato político durante toda a manhã, em protesto contra a enrolação dos banqueiros na mesa de negociações da campanha nacional da categoria.

“Não há porque os bancos enrolarem mais, haja vista que o setor financeiro não sofreu qualquer impacto da crise econômica. E, ainda foi quem apresentou os maiores lucros de toda a economia no primeiro semestre deste ano”, disse Gabriel Motta, diretor do SEEB/CE. Para ele, a partir de agora a categoria deve ampliar a mobilização e a pressão para que os banqueiros apresentem na próxima negociação, no dia 17/9, uma proposta que contemple as expectativas da categoria.

Itaú

Os bancários do Itaú também foram às ruas em mobilização em frente à agência do banco da Rua Floriano Peixoto, em Fortaleza. O ato retardou o início do atendimento da unidade por duas horas. Mas além de várias palavras de ordem e indignação, a reivindicação contou também com a participação da bandinha, de um palhaço e de uma dupla de repentistas, que garantiram a descontração no local, nunca esquecendo a seriedade da temática discutida.

O diretor do Sindicato e funcionário do Itaú, Ribamar Pacheco, disse que o ato é apenas conseqüência da “postura de descaso, arrogância e prepotência dos banqueiros”. Segundo ele, depois de quatro rodadas de negociações, nada foi aceito pela direção do banco. E Ribamar deu um ultimato: “se até o dia 17/9 não houver acordo, haverá greve”.

Durante a mobilização, além de melhoria nas questões econômicas e sociais dos trabalhadores, foram cobrados o fim das longas filas e de altas tarifas e juros bancários. “Queremos também um aumento no quadro de funcionários”, acrescentou Ribamar Pacheco, visando um avanço no atendimento dos clientes. Ele denunciou ainda o assédio moral ao qual os bancários são submetidos diariamente. “Mas na hora de reconhecerem o trabalho, os banqueiros se negam”, completou. A implantação da Convenção 158 da OIT, que garante o fim das demissões imotivadas, também foi exigida pelos dirigentes.

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