Bancários protestam em agência da Caixa
Nesta segunda-feira, 3, os bancários capixabas paralisaram as atividades em dez agências da Reta da Penha, em Vitória, avenida que concentra grande número de bancos. Três agências do Itaú, duas do Bradesco, uma do Santander, uma do Mercantil do Brasil, uma do Banestes, uma da Caixa e uma do Banco do Brasil ficaram fechadas até o meio-dia, quando foi restabelecido o atendimento ao público.
“Essa paralisação é de advertência, mas se não houver avanços nas negociações da Campanha Nacional 2012, os bancos estarão empurrando a categoria para a greve”, alerta o diretor do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, Idelmar Casagrande.
O protesto foi uma orientação do Comando Nacional dos Bancários para pressionar os bancos a avançarem nas negociações. Nesta terça-feira, 4, acontece nova reunião dos bancários com a Federação Nacional dos Bancos, em São Paulo.
O movimento teve o apoio de vários clientes. Mesmo aqueles que não conseguiram resolver suas operações no autoatendimento esperaram o fim do protesto, entendendo que só com pressão o patronato atende às reivindicações dos trabalhadores.
“A gente tem que entender, todos têm direito de reagir. Há 40 anos sou cliente do Itaú, os bancários daqui atendem muito bem”, afirmou a pensionista Anailda Vieira.
Luiz Antônio Bezerra Barros, que aguardava para ser atendido no Mercantil do Brasil, também apoiou o movimento. “Nesse nosso Brasil, para o trabalhador ganhar salário, tem que fazer movimento”, afirmou.
A expectativa dos bancários para as negociações desta semana é que a Fenaban apresente outra proposta de reajuste salarial e avance nas cláusulas de condições de trabalho, garantia de emprego, saúde e segurança, entre outras.
“Infelizmente, sempre tem que ter esse desgaste. É uma falta de respeito dos bancos sempre fazerem uma proposta rebaixada”, afirma uma técnica bancária da Caixa.
“Eu espero melhorias nos salários e mais respeito com os funcionários. Sofremos muita pressão para venda de produtos”, afirma uma funcionária do Banestes.
Reivindicações
A pauta social dos bancários inclui a ampliação do horário de atendimento ao público, com a criação de dois turnos de trabalho; contratação de mais funcionários; fim das demissões; respeito à jornada de 6 horas de trabalho; fim da rotatividade e da terceirização; fim das metas abusivas e do assédio moral.
No que diz respeito à remuneração, os bancos propuseram apenas 6% de reajuste salarial. A categoria reivindica 10,25% e uma participação nos lucros de três salários mais R$ 4.961,25 fixos; piso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38); mais segurança para bancários e clientes e igualdade de oportunidades, entre outras demandas.