O jornal Valor Econômico desta segunda-feira, dia 28, abriu espaço para registrar a posição da Contraf-CUT em relação aos correspondentes bancários dentro das “fronteiras da bancarização” , que têm sido objeto de uma sequência de reportagens nas últimas semanas. O secretário de Organização do Ramo Financeiro, Miguel Pereira, faz um contraponto, mostrando a precariedade do atendimento e das condições de trabalho.
A notícia somente não salientou a preocupação dos bancários com a insegurança dos correspondentes, uma vez que estão dispensados de apresentar plano de segurança para a Polícia Federal. Essa realidade aumenta o risco de assaltos e sequestros de trabalhadores e clientes.
Leia a íntegra da reportagem:
“Dar cartão não é bancarizar”
O avanço dos correspondentes bancários não é visto com bons olhos pelo sindicato dos bancários. Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, os bancos se valem de um canal alternativo criado para atingir populações afastadas como forma de atender precariamente a população de baixa renda.
“Dar um cartão para um cliente que vai passar a pagar uma tarifa não é inclusão bancária”, diz Miguel Pereira, diretor da Contraf. Para ele, com essa estratégia, o mais comum é que as pessoas se endividem e terminem dentro de um “poço sem fundo”.
Na visão do sindicato, o banco vem perdendo sua principal função, que seria de fazer a intermediação financeira. No seu lugar, as instituições financeiras estão mais preocupadas em vender produtos e serviços para garantir uma receita elevada de tarifas. “As classes C, D e E precisam de crédito”, afirma.
A terceirização é vista pelo sindicato com uma forma de precarização do atendimento e das condições de trabalho, já que, em vez de contratar um bancário, que tem um piso de R$ 1,2 mil – que chega a R$ 2 mil com os benefícios -, os correspondentes contratam funcionários pagando apenas um salário mínimo. “Dos 170 mil correspondentes, 150 mil estão nos centros dos grandes centros, não nas regiões afastadas, nas favelas.”