Para CUT, movimento sindical pode aproveitar crise e apontar outro mundo

“A crise é um momento importante para o movimento sindical internacional assumir o protagonismo e a hegemonia na disputa com os capitalistas em defesa dos direitos da classe trabalhadora”. Foi com essa afirmação que o presidente da CUT, Vagner Freitas, iniciou o seu pronunciamento na plenária do Congresso da Confederação Sindical Internacional (CSI), que discutiu saídas para a crise econômica mundial, que começou em 2008 com a quebra do banco Lehman Brothers, dos Estados Unidos.

Para Vagner, o momento não é de lamúria nem lamentação e, sim, de organizar a base, fortalecer e aumentar a representatividade dos sindicatos para construir alternativas para a crise econômica. “Temos de nos organizar para propor soluções a partir da realidade e das necessidades e anseios da classe trabalhadora”.

Na opinião do presidente da CUT, quem construiu a crise financeira que ainda afeta grande parte da economia de países da Europa foram os economistas. E eles, afirmou, já demonstraram que não têm solução. “Na verdade, nunca sugeriram alternativas para nada, mas agora fica mais claro que estão perdidos, sem saber o que fazer”, disse Vagner.

O dirigente sindical lembrou que a falta de propostas leva alguns economistas e jornalistas econômicos a escrever até sobre uma questão que os sindicalistas brasileiros já debatem há muitos anos e eles ironizavam, que é a diferença entre crescimento e desenvolvimento.

“Não podemos nos contentar simplesmente com o crescimento de PIB em 2%, 3% ou 4% ao ano, quando isso significa também concentração de renda, sem desenvolvimento. Pelo contrário, com aumento de desigualdade social. Os mais ricos ficam cada vez mais ricos e os mais pobres cada vez mais pobres”, argumentou Vagner.

Segundo o sindicalista, esse momento de crise, de falta de propostas dos capitalistas e dos economistas a eles ligados, é o momento do movimento sindical fazer a contraposição, aproveitar a oportunidade, fazer propostas concretas. “Vamos mostrar que um outro mundo é possível, mostrar que temos capacidade de fazer propostas que venham a partir da classe trabalhadora.”

Para Vagner, o grande desafio da nova gestão da CSI é construir uma proposta de enfrentamento da crise e aprofundar a disputa de concepção de sociedade.

O congresso que a Confederação Sindical Internacional está realizando em Berlim, capital da Alemanha, até esta sexta-feira (23), vai eleger o primeiro sindicalista das Américas, o brasileiro João Felício (secretário de Relações Internacionais da CUT) presidente da entidade.

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