Pacote do Banco do Brasil ‚ ataque aos funcion rios

(São Paulo) O Banco do Brasil divulgou hoje o pacote de maldades que pretende despejar em seus funcionários. O pacote, que inclui planos de demissão e aposentadoria, foi elaborado à revelia dos trabalhadores, que não foram chamados para discutir seu teor.

 

“A Contraf-CUT se recusa a participar de reunião de apresentação de planos de demissão e cortes de postos de trabalho e exige a abertura imediata de negociações”, afirma Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa do banco e dirigente da Contraf-CUT. Segundo ele, o Banco do Brasil, de forma irresponsável, está chamando os sindicatos individualmente para apresentar as medidas. No entanto, os superintendentes não estão apresentando o pacote inteiro. Mostram apenas a parte “atraente”, que é a unificação das comissões de gerentes de contas e de expediente, desvinculando-as do nível da agência, antiga reivindicação da Contraf-CUT.

 

O pacote inclui o corte de 3900 postos de trabalho na Gerel e NUCAC. Serão reduzidas as unidades da Gerel de 19 para 11, enquanto as do NUCAC caem de 24 para apenas cinco. “Isso os superintendentes não estão informando”, ironiza Marcel. Além disso, prevê a criação de planos de demissão e de aposentadoria, o que vai significar pressão para os funcionários. “Conhecemos a história do Banco do Brasil, a truculência e autoritarismo que estão impregnadas na cultura de gerentes e superintendentes. Não aceitamos esse tipo de plano, que resultará em assédio moral para os trabalhadores”, sustenta Marcel.

 

Outra medida absurda é o fim de toda e qualquer substituição do banco. Dessa forma, se um funcionário precisar se ausentar, ninguém será oficialmente designado para realizar suas funções. No entanto, o trabalho ainda precisará ser feito por alguém, que não receberá nada por isso. “Isso vai constituir desvio de função e vai gerar um passivo trabalhista para o banco. É mais um exemplo da gestão temerária dessa direção”, William Mendes de Oliveira, secretário de imprensa da Contraf-CUT e funcionário do Banco do Brasil. O pacote ainda mantém a carga horária em oito horas, eximindo-se de adequá-la à legislação.

 

Representantes da entidade estiveram hoje na OAB do Distrito Federal, onde receberam apoio. Foram solicitadas audiências com os ministros Carlos Lupi, do Trabalho e Emprego, Paulo Bernardo, do Planejamento, e Guido Mantega, da Fazenda, para tentar impedir que o Banco do Brasil implante demissões e tercerização. Além disso, bancários de todo o Brasil realizaram atividades de protesto demonstrando que o funcionalismo repudia as decisões da diretoria do banco.

 

Fonte: Contraf-CUT

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