A edição de fevereiro da Revista do Brasil analisa como os terremotos da escravidão colonial e da servidão econômica contemporânea vinham destroçando a vida dos haitianos desde muito antes do cataclismo de 12 de janeiro.
Textos de Saul Leblon, Mauro Santayana e João Peres descrevem como opções por diferentes rumos nas bifurcações da história fizeram países com origens no mesmo DNA da colonização, da corrupção política, da exploração mercantil e da pobreza, como Haiti e Cuba, chegarem ao século 21 com realidades totalmente contrastantes.
A chamada de capa e o editorial da publicação “amarram” as semelhanças – guardadas as proporções – entre as tragédias naturais vividas por Porto Príncipe e as de muitas cidades brasileiras, como São Luiz do Paraitinga e Angra dos Reis, em que as catástrofes naturais foram potencializadas pela ausência de planejamento que culminou num modelo de ocupação e urbanizações inviável. E alertam para a construção de um pensamento humanista e solidário entre pessoas, governos e nações como essenciais para viabilizar um futuro diferente para o planeta.
Maurício Hashizume, da ONG Repórter Brasil, informa como o BNDES, a rede de supermercados Walmart e o mercado de ações reagiram à aparição da Cosan – dona dos postos Esso e das marcas de açúcar União e Da Barra – na “lista suja” do trabalho escravo. E Tadeu Breda levanta por que antigas richas entre países vizinho da América do Sul vizinhos dificultam o avanço da integração no continente.
Confira também reportagem de Cida de Oliveira sobre o surpreendente grau de desinformação – das pessoas comuns e até de parte da classe médica – em torno dos acidentes vasculares cerebrais (AVC, ou derrame), uma das doenças que mais matam e incapacitam no Brasil.
Ainda nessa edição, a força e a longevidade do maracatu na cultura de Pernambuco e do país; as histórias do ex-zagueiro da seleção brasileira Luiz Pereira; e a mão certeira de Clint Eastwood ao levar para o cinema, com “Invictus”, a incrível sensibilidade de Nelson Mandela em sua batalha contra a segregação racial na África do Sul pós-apartheid.