Como parte das mobilizações nacionais contra as demissões, os bancários do Itaú Unibanco no Rio de Janeiro deram uma demonstração de força, paralisando, na terça-feira, dia 19, 14 agências da Avenida Rio Branco, Centro Financeiro da cidade. Participaram do protesto cerca de 300 funcionários do banco.
As manifestações em todo o país, coordenadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), também exigiram a retomada das negociações sobre o plano de saúde. O resultado da pressão nacional dos bancários foi a decisão do Itaú Unibanco de marcar negociação para o próximo dia 27, em São Paulo, para discutir os dois temas.
Denúncia à população
Durante a paralisação (até o meio-dia), os dirigentes do Sindicato distribuíram panfletos à população denunciando a contradição das demissões, já que o lucro alcançado pelo Itaú Unibanco em 2010 (R$13,3 bilhões) foi o maior já obtido por um banco em toda a América Latina. Além disso, a empresa está em processo de expansão por vários outros países, não se jusficando, portanto, as demissões.
As dispensas atingem principalmente bancários com mais tempo de banco, às vésperas de se aposentar, uma injustiça com boa parte daqueles que foram os responsáveis pelos lucros recordes alcançados há anos. São substituídos por trabalhadores que entram com salários menores, gerando um maior arrocho sobre a categoria bancária.
Demissões no Rio de Janeiro
Os funcionários do Itaú Unibanco na cidade do Rio vêm sendo atingidos por demissões em massa. Para que se tenha uma idéia, em todo o ano passado foram demitidos 600 funcionários do banco, ao passo que apenas de janeiro a março de 2011 já foram dispensados 110.
“Neste momento, nada justifica este número de demissões. Ainda mais se levarmos em consideração que os funcionários das agências e departamentos têm uma grande participação nos resultados recordes obtidos pelo banco”, afirmou a diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, Cida Cruz.
A dirigente sindical disse esperar que na negociação se possa avançar no debate da garantia no emprego. “Precisamos, ainda, cobrar do Congresso Nacional a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe as dispensas imotivadas”, frisou.