Mais de 7 mil bancários participam da greve nacional em Pernambuco

Mais de 7 mil bancários cruzaram os braços em Pernambuco e iniciaram, na terça-feira, dia 27, uma greve por tempo indeterminado. O número de adesões foi surpreendente para o primeiro dia de paralisação e representa cerca de 60% do total de bancários no Estado. Ao todo, 308 das 543 agências bancárias fecharam as portas. Os prédios administrativos dos bancos também aderiram à mobilização.

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Mello, a greve dos bancários começou muito forte. “A mobilização este ano começou mais fortalecida que a do ano passado, quando fechamos 50% das agências bancárias no primeiro dia. E olhe que a greve de 2010 foi a maior dos últimos vinte anos. Temos tudo para ampliar a mobilização nos próximos dias e construir, assim, uma greve histórica, que garanta o atendimento das nossas reivindicações”, diz Jaqueline.

O destaque do primeiro dia de greve em Pernambuco foi a Caixa Econômica Federal. Em todo o estado, cerca de 95% das agências do banco fecharam para o público. No Banco do Brasil, a greve atingiu 90% das agências, enquanto que no BNB a paralisação fechou 80% das unidades.

“Agora, precisamos fortalecer a greve nos bancos privados. Começamos a paralisação nessas instituições melhor que no ano passado, mas temos espaço para melhorar e muito a adesão nesses bancos”, explica Jaqueline. Nas instituições financeiras privadas, a adesão à greve foi de 25%.

Tranquilidade – O primeiro dia de greve em Pernambuco foi tranquilo, sem nenhuma ocorrência registrada. No prédio do CSO do Banco do Brasil, os gestores chegaram a chamar a polícia para garantir a entrada dos bancários. Mas a PM não interferiu na mobilização e os funcionários do prédio administrativo permaneceram de braços cruzados.

Segundo o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, chamou a atenção a solidariedade dos bancários neste primeiro dia de greve. “Em várias agências da região metropolitana do Recife e do interior, os funcionários dos bancos públicos fecharam a sua unidade e foram ajudar os colegas das instituições financeiras privadas a paralisar suas agências. É muito bonito ver que a mobilização está forte e que os bancários estão unidos em prol de uma mesma causa”, comenta Geraldo.

Próximos dias – No final da tarde desta terça-feira, dia 27, os bancários se reuniram em mais uma assembleia na sede do Sindicato para avaliar o primeiro dia de greve e organizar os próximos passos da luta. Como os bancos não se manifestaram para retomar as negociações, os trabalhadores aprovaram, por unanimidade, a continuidade da greve por tempo indeterminado.

Para ampliar a mobilização e chamar a atenção da sociedade para a luta dos bancários, a categoria vai realizar uma passeata nesta quinta-feira, dia 29, pelo centro do Recife. A concentração será às 9h, em frente ao prédio do CSO do Banco do Brasil, na avenida Rio Branco.

Reivindicações – Entre as principais reivindicações dos bancários estão o reajuste salarial de 12,8% (aumento real de 5%), PLR de três salários mais R$ 4.500, piso do Dieese (R$ 2.297,51), plano de cargos e salários para todos, mais contratações, fim da rotatividade, reversão das terceirizações e banco para todos, sem exclusão e sem precarização.

Até agora, foram realizadas cinco rodadas de negociação com os bancos, que, na melhor proposta apresentada, ofereceram aos bancários 8% de reajuste, o que representa um aumento real de apenas 0,56%. As instituições financeiras também ofereceram o mesmo índice para corrigir o piso, os vales refeição e alimentação, auxílio-creche e a parte fixa da PLR e do adicional. Com isso, todas as demandas dos bancários foram ignoradas pelos bancos.

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