Lula decide nesta terça sobre reajuste de 7,72% e fator previdenciário

O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, já admite que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá sancionar nesta terça, dia 15, o reajuste de 7,72% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo. O presidente terá uma reunião de manhã com o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, antes de anunciar a decisão.

O fim do fator previdenciário, que também foi aprovado nas duas casas do Congresso Nacional, deverá ser vetado pelo presidente, de acordo com informações provenientes do Palácio do Planalto.

Dilema

Gabas, que participou de um encontro com sambistas no Rio de Janeiro para debater os benefícios previdenciários, afirmou que o veto ao patamar de 7,72% significaria um reajuste de apenas 3,45% a partir de julho, o mínimo determinado pela lei.

Com isso, haveria a necessidade de uma nova medida provisória (MP) com a alta de 6,14% dos benefícios, que teria que ser apreciada pelo Congresso até meados de agosto para não trancar a pauta.

“O dilema do presidente hoje é se sanciona ou edita outra MP. E outra MP significa que o mesmo Congresso que aprovou os 7,72% vai avaliar (novamente a questão)”, frisou Gabas, que não quis revelar que sugestão fará amanhã a Lula. “Está na pasta, amanhã vocês vão saber”, acrescentou.

CUT defende reajuste de 7,72% e fim do fator previdenciário

A Executiva Nacional da CUT reitera ao presidente Lula que sancione o reajuste de 7,72% para as aposentadorias acima do salário mínimo e também o fim do fator previdenciário.

O reajuste vai beneficiar mais de oito milhões de brasileiros e brasileiras e funcionar como mais um fator de incremento da renda. O fim do fator corrige uma série de injustiças iniciadas em 1999, durante o governo FHC.

“Somos contrários à proposta de idade mínima, mencionada por alguns parlamentares como alternativa ao fator previdenciário. A idade mínima penalizaria quem começa a trabalhar bastante jovem”, destaca a CUT.

Herança maldita

A alegação do governo não sensibiliza o movimento sindical, que reivindica não só a sanção do 7,7% como também do fim do fator previdenciário, considerada por muitos sindicalistas como mais relevante do ponto de vista econômico e social.

“O fator é uma das heranças malditas do governo FHC, que reduz em até 40% o valor das novas aposentadorias. O fim deste mecanismo odioso é uma questão de justiça com a classe trabalhadora, por isto esperamos que o presidente Lula não vete”, declarou o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Wagner Gomes.

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