Mônica Mariano da Silva é empregada da Caixa Econômica Federal há mais de dez anos. Trabalhou em três unidades e, mais recentemente, na agência Catete. A pressão sofrida em função das metas absurdas impostas pelo banco fez com que Mônica sofresse de doenças psicológicas, inclusive síndrome do pânico. Sua saúde, debilitada, a levou a uma licença pelo INSS por dois anos.
Quando teve alta, foi incluída no Programa de Reabilitação Ocupacional (PRO) da empresa. Mas, ao contrário do que se esperava, neste período teve sua situação de saúde agravada. A síndrome do pânico tornou-a deprimida e sem sair de casa. E o banco, em vez de se informar o motivo por que ela abandonou o PRO, não deu a mínima para a bancária. Após trinta dias, a empresa demitiu a funcionária por “abandono de emprego”.
O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Enilson Nascimento, criticou a postura da empresa e os peritos do INSS. “Acredito que o perito do INSS deu alta precoce, pois ela ainda não tinha condições de voltar ao trabalho. Em vez de se preocupar com a saúde de sua funcionária e saber por que ela se ausentou do Programa de Reabilitação, a empresa se aproveitou da situação para demiti-la”, critica o sindicalista.
A ação do Sindicato
Mônica procurou ajuda do Sindicato. O Departamento Jurídico da entidade entrou com uma liminar (pedido de tutela antecipada). Em sua decisão, o juiz Evandro Lorega Guimarães, da 5ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, destacou que “os atestados médicos apresentados pela empregada justificam as faltas cometidas”, considerando a aplicação da justa causa uma “precipitação” do banco e destacando que a tutela concedida visa “preservar a dignidade e o valor social do trabalho” para a bancária.
Enilson alerta que o caso de Mônica não é isolado. “É grande o número de empregados com doenças ocupacionais em função da imposição de metas absurdas. Estas são algumas das terríveis conseqüências da atual política e da reestruturação imposta pela direção da Caixa”, denuncia.
A bancária não consegue esconder sua alegria pela vitória. “Tenho orgulho de ser sindicalizada. Recebi todo o apoio do Sindicato e me senti aliviada com a decisão da Justiça”, ressalta Mônica.