Trabalhadores cobram melhores condições de trabalho
O Sindicato dos Bancários de Brasília usou a arte como elemento de protesto por melhores condições de trabalho e atendimento durante o lançamento da Campanha de Valorização dos Funcionários do Bradesco em Brasília, nesta terça-feira 7, na agência do Setor Comercial Sul, o Bradescão, que foi paralisada das 11h às 12h.
O malabarista Lilcon Monteiro fez uma performance com facões em referência à política de cortes de emprego que o Bradesco tem praticado, o que vem causando inúmeros transtornos aos funcionários e aos clientes e usuários. “O banco é adepto da política da ‘degola’ e demitiu 592 trabalhadores no país só no primeiro trimestre de 2013. Isso é um absurdo diante do lucro altíssimo da empresa, de R$ 2,9 bilhões nesse mesmo período.
Com isso, os bancários que continuam na empresa são submetidos à cobrança pelo cumprimento de metas cada vez mais abusivas e a situações de estresse contínuo”, destacou o diretor do Sindicato Garcia Rocha durante a manifestação.
O ato contou também com música-paródia que ilustra os problemas enfrentados pelos funcionários da instituição financeira, dentro do mote da Campanha, ‘Homem de Lata’, que afirma que ‘bancário não é de lata. É gente como você, gente de verdade’. O personagem e a frase fazem referência ao Mágico de Oz e a uma das peças publicitárias do banco. Um trecho da paródia diz: “Eu já cumpri todas as metas, adoeci, enlouqueci”. Outra estrofe destaca: “Homem de lata, capitalismo selvagem”. A paródia é inspirada na música dos Titãs
“O banco lucra quase R$ 3 bilhões no primeiro trimestre de 2013 e mesmo assim demite e desrespeita os trabalhadores, com consequências também para a população. O Bradesco quer automatizar todos os serviços oferecidos aos clientes e dar atendimento diferenciado apenas para os que têm alta renda”, afirmou Juliano Rodrigues, diretor da Federação Centro-Norte (Fetec-CN/CUT).
Bandeiras de luta
As principais reivindicações da Campanha são a criação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) digno, melhores condições de trabalho e preservação da saúde, parcelamento do adiantamento das férias em até 10 vezes mensais, programa de inclusão para os bancários que voltam da licença-saúde e auxílio-educação para todos.
A pauta de reivindicações a ser negociada com o banco foi definida no Encontro Nacional dos Funcionários do Bradesco, ocorrido em Atibaia (SP), no mês de abril, e definiu ainda uma agenda de mobilização. O Sindicato de Brasília participou do encontro.
“O Bradesco tem que avançar na negociação específica e dar o devido respeito aos bancários. A empresa tem que negociar as reivindicações dos trabalhadores com o movimento sindical”, cobrou José Avelino, presidente da Fetec-CN/CUT.
“Quase todas as instituições financeiras oferecem o auxílio-educação e o Bradesco está de fora dessa lista. Esse é só um dos exemplos da desvalorização. A empresa tem que começar a valorizar de verdade seus funcionários e estamos mobilizados para cobrar isso”, completou Garcia Rocha.