Índice que mede desigualdade de renda permanece estável, aponta IBGE

O índice que mede a desigualdade de renda no Brasil mantém-se estável há dois anos, informou nesta quinta-feira (18) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Segundo o IBGE, como a variação foi 0,001, não é possível afirmar que houve piora da desigualdade, e sim que ela se manteve no mesmo nível.

“Eu não diria que houve queda nem redução, porque a variação é muito pequena de 2011 para cá. A gente percebe que, desde 2011, [o índice] está variando para cima ou para baixo, mas eu não diria que é uma melhora ou uma piora”, disse Maria Lucia Vieira, gerente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

O índice de Gini mede a desigualdade de renda em um país, e, quanto mais próximo de 0 e mais distante de 1, reflete menor desigualdade. Em 2013, o indicador referente ao rendimento dos domicílios brasileiros ficou em 0,5, depois de ter caído pela primeira vez para 0,499 no ano anterior. De 2011 para 2012, a variação também foi pequena, de 0,501 para 0,499.

A série histórica da Pnad mostra que desde 2004 o índice de Gini variou para baixo até 2012, partindo de 0,535. A maior queda foi entre os anos 2007 e 2008, com redução de 0,521 para 0,513. A região brasileira com maior desigualdade de renda entre os domicílios em 2013 continuava sendo o Centro-Oeste, com 0,51, ante 0,456 da Região Sul.

A pesquisa mostra, segundo Maria Lucia Vieira, que a pressão sobre o índice de Gini veio do aumento do rendimento das pessoas mais ricas, que cresceu mais que o das mais pobres. De 2012 para 2013, o crescimento da renda dos 10% mais ricos foi 6,3%, enquanto os 10% mais pobres tiveram um ganho de rendimento de 3,5%.

A renda média dos domicílios entre os 10% mais ricos em 2013 estava em R$ 11.758. Os 10% mais pobres tinham rendimento médio domiciliar de R$ 470 no ano passado.

Dos 65,2 milhões de domicílios brasileiros, 7,589 milhões (11,6%) viviam com rendimento de até um salário mínimo em 2013, e 14,282 milhões (21,9%) com renda de um a dois salários. Na outra ponta do rendimento domiciliar, 1,386 milhão tinha renda de mais de 20 salários mínimos, e 3,595 milhões, de dez a 20.

Quando a análise se refere às famílias (68,346 milhões), a pesquisa mostra que 4,3 milhões têm renda de um quarto do salário mínimo por pessoa, e, na outra ponta, 3,4 milhões ganham cinco salários mínimos per capita.

O rendimento médio de todos os trabalhadores em 2013 mostrou crescimento de 5,7% na comparação com 2012, subindo de R$ 1.590 para R$ 1.681. O Amazonas foi o estado que teve o maior aumento da renda, 12,8%, atingindo R$ 1.455, enquanto o Acre, Amapá e Espírito Santo tiveram queda no rendimento.

O Distrito Federal apresenta o maior rendimento médio, com R$ 3.114, ante R$ 2.083 em São Paulo, o segundo colocado. As menores médias estão em três estados nordestinos: Ceará (R$ 1.019), Piauí (R$ 1.037) e em Alagoas (R$ 1.052).

A Pnad também calculou os índices de Gini referentes a rendimentos de todas as fontes e de todos os trabalhos, e, em ambos os casos, os resultados de 2013 ficaram muito próximos dos de 2011, como nos domicílios. No indicador para todas as fontes, 2011 ficou com 0,506, e 2012 e 2013, com 0,505. Para todos os trabalhos, 2011 teve 0,500, 2012, 0,496, e 2013, 0,498. Em 2004, os índices estavam em 0,545 para todos os trabalhos e em 0,555 para rendimentos de todas as fontes.

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