HSBC: Sindicato de Curitiba protesta contra mudança na participação dos lucros

O Sindicato dos bancários de Curitiba realizou na manhã de ontem, dia 2 de março, ato em frente ao centro administrativo HSBC Vila Hauer. A manifestação foi contra a alteração nas regras da participação dos lucros que prejudicou muitos trabalhadores bancários e fere a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Os trabalhadores retardaram a abertura do Centro Administrativo Vila Hauer até às 9h30, distribuíram jornal Folha Bancária contra a atitude arbitrária do banco em alterar as regras e discursaram condenando a falta de informações e de transparência em relação ao pagamento da PLR (acordada na CCT) e dos programas próprios de participação nos resultados.

O HSBC descontou do pagamento da PLR, realizado na sexta (27), os valores já pagos durante 2008 a título de PSV (antigo PTI). A atitude é inédita e pegou todos de surpresa. A emissão de cheques sem fundo resulta em demissão por justa causa em instituições financeiras, o que gerou muito nervosismo e tensão junto aos funcionários do HSBC.

A alteração sem aviso prévio causou confusão e revolta. A sensação dos funcionários é de que foram enganados e humilhados pelo banco, pois contavam com o dinheiro da participação dos lucros para diversas despesas e investimentos e agora , de uma hora para outra, ficaram sem.

Em outro caso, divulgado pelo Sindicato dos Bancários de Sâo Paulo, fica evidente que a nova regra puniu os trabalhadores mais dedicados, que realmente vestem a camisa e contribuem para os resultados do banco.

“Outra gerente ouvida pela reportagem compara sua situação com a de um colega de agência. “Eu fui ‘ouro’ [superou as metas] por vários meses seguidos, trabalhando muito, me matando para vender, enquanto um colega aqui da agência teve desempenho bem mais fraco ficando quase sempre abaixo da meta. Acontece que hoje ele está recebendo R$ 4 mil e eu R$ 600, porque ele não recebeu quase nada de PTI e eu recebi em muitos meses do ano passado. O banco diz que o PTI é um prêmio pelo desempenho, mas será que é isso que eles chamam de incentivo?”, questiona. A bancária lembra ainda que a sensação na verdade é de estar recebendo menos que o colega, porque apesar do valor ser o mesmo quando somados todos os depósitos realizados durante o ano passado, os valores por ela recebidos se perderam nas despesas do dia-a-dia. “De que serve ser ouro, receber palmas e medalhas, se na hora de receber o dinheiro é essa baixaria?”

O banco está imputando a culpa por toda a confusão para o Sindicato, quando na verdade nenhum acordo foi firmado entre HSBC e Contraf/CUT ou HSBC e Sindicato dos Bancários de Curitiba e região sobre seus programas próprios de remuneração.

Além disso, o recursos humanos do banco não está esclarecendo as dúvidas dos trabalhadores, assim como o relações sindicais não está dando explicações suficientes para o Sindicato.

Apesar da indignação, o banco afirma que não irá voltar atrás e alterar o pagamento. Apenas em alguns casos específicos o HSBC está revisando os cálculos dos valores a serem pagos, pois ocorreram erros pontuais.

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