Bancários mostram força no primeiro dia e condenam agressão no Bradesco
A adesão dos bancários no primeiro dia da greve nacional da categoria, nesta terça-feira (30), atingiu 84,73% na base territorial do Sindicato dos Bancários da Paraíba. Como sempre vem acontecendo nos últimos anos, o índice de paralisação é maior na região metropolitana da capital (89,02%) do que no interior do estado (77,55%).
Apesar da pressão constante, os bancários não se deixaram levar pela intimidação, principalmente nos bancos privados, e demonstraram toda sua insatisfação com a provocação dos banqueiros, que evitam a via negocial.
Para o presidente do Sindicato, Marcos Henriques, o início da greve dos bancários se deu de forma pacífica, até porque foram antecipados os pagamentos dos servidores públicos estaduais e municipais.
“Graças à nossa iniciativa, em solicitar a antecipação da folha de pagamentos desses servidores, cujo pagamento se estendeu até o sábado, muitos tumultos foram evitados com o nosso movimento paredista. A mobilização vai continuar e a tendência história é ampliarmos a adesão ao longo da greve”, ressaltou.
Agressão
O único incidente registrado no primeiro dia de greve aconteceu na agência Centro do Bradesco, localizada na Rua Duque de Caxias, no centro de João Pessoa. Aliás, no mesmo local onde sempre ocorrem incidentes históricos durante as greves da categoria. Dessa vez, o “herói” da rodada foi o assessor da Gerência Regional João Pessoa, Daniel Bruno Fernandes Lemos, que forçou sua entrada na agência à força.
De forma agressiva e truculenta, o contumaz “fura-greves” sequer quis ouvir os argumentos dos bancários que faziam o piquete de esclarecimento, informando que já havia completado a cota de funcionários para os serviços essenciais, conforme fora acordado com o Comando de Greve.
Insatisfeito e muito irritado, o assessor tentou entrar na marra, agredindo fisicamente os diretores do Sindicato, Edson Borges e Marcelo Alves.
Tão logo conseguiu seu intento, através da violência, o tresloucado assessor se fez de vítima e solicitou a presença da polícia militar. De imediato, chegaram duas viaturas da PM da Paraíba, cujos policiais insistiram para conduzir os sindicalistas na viatura da polícia até a 2ª Delegacia Distrital da Capital, onde prestariam depoimento como agressores.
Depois de muito ponderar sobre a inversão da autoria da agressão, os diretores do Sindicato seguiram até a delegacia no veículo de Marcos Henriques, que também é funcionário do Bradesco. Foram ouvidos como acusados e, em seguida, prestaram queixa contra o agressor, conforme Boletim de Ocorrência Policial nº 5257/2014.
Marcelo, que é secretário-geral do Sindicato, lamentou profundamente todo esse episódio. “Afinal de contas, somos todos bancários e estamos lutando contra a intransigência e a prepotência dos banqueiros. Nossa luta não é contra os clientes e muito menos contra os bancários. Respeitamos todos os pontos de vista, mas infelizmente não podemos tolerar agressões gratuitas e sem o menor sentido”, concluiu.