Greve nacional começa com adesão de 6 mil bancários em Pernambuco

A greve nacional dos bancários começou nesta quinta-feira, dia 19, com uma forte adesão dos trabalhadores em Pernambuco. Cerca de 50% dos 12 mil bancários do estado cruzaram os braços e paralisaram 259 das 603 agências da região metropolitana do Recife e do interior e todos os prédios administrativos dos bancos públicos e privados.

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Mello, o número de adesões neste primeiro dia de greve é muito bom. “Os bancários estão de parabéns por este início de greve, mas temos condições de ampliá-la muito mais nos próximos dias. Agora, convocamos os trabalhadores que já estão parados a ajudar o Sindicato nesta luta, conversando com os colegas e convencendo quem ainda está trabalhando a parar. Só uma greve forte vai garantir a retomada das negociações com os bancos e o atendimento das nossas reivindicações”, afirma Jaqueline, destacando que não houve nenhum incidente neste primeiro dia de greve em Pernambuco.

A paralisação começou bem forte nos bancos públicos, com mais de 70% de adesão. Das 285 agências do Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste no estado, 201 pararam suas atividades. “A greve também começou forte em todos os prédios administrativos desses três bancos”, salienta.

“Nas instituições financeiras privadas, a paralisação atingiu 58 das 317 agências. Sabemos que a pressão nesses bancos é muito forte, mas, mesmo assim, a greve começou bem no Bradesco, Itaú, Santander, HSBC e demais privados”, destaca Jaqueline.

A presidenta do Sindicato lamenta o silêncio da federação dos bancos (Fenaban) neste primeiro dia de greve. “Não houve nenhum contato por parte dos bancos para retomar as negociações com os bancários, paradas desde o dia 5 de setembro. As empresas tiveram mais de um mês e meio para nos apresentar uma proposta que atendesse nossas reivindicações, mas preferiram empurrar seus funcionários para a greve”, ressalta.

“Esperamos que, nos próximos dias, os bancos retomem o diálogo para que a gente tente construir uma proposta de acordo boa para os bancários. É por isso que vamos fortalecer a greve nesta sexta-feira. Só com pressão vamos conseguir ampliar nossas conquistas”, diz.

Entre as principais reivindicações dos bancários para a Campanha deste ano está o reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real mais inflação do período pelo INPC).

Os trabalhadores também querem uma PLR (participação nos lucros e resultados) de três salários mais R$ 5.553,15; piso de R$ 2.860,21 (equivalente ao salário mínimo do Dieese); auxílios-alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional); melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral; mais contratações e o fim das demissões para melhorar o atendimento; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) em todos os bancos; auxílio-educação para graduação e pós-graduação; mais segurança; e igualdade de oportunidades com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.

Depois de quatro rodadas de negociações, os bancos apresentaram uma proposta que prevê reajuste de 6,1% (inflação do período pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc); PLR de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94; e parcela adicional da PLR de 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários.

A proposta da Fenaban não atende a nenhuma reivindicação dos bancários.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram