Greve é legal e vamos chamar bancos à responsabilidade, diz promotor na PB

A greve dos bancários é contra os banqueiros e não contra os clientes

A diretoria do Sindicato dos Bancários da Paraíba atendeu ao convite da Promotoria de Defesa do Consumidor e participou de uma reunião na segunda-feira, dia 17, com membros do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e dos Procons Estadual e Municipal – João Pessoa e Campina Grande, com o objetivo de se traçar ações para evitar prejuízos aos consumidores durante a greve dos bancários.

O Promotor do Consumidor de João Pessoa, Glauberto Bezerra, esclareceu que reconhece o direito de greve dos trabalhadores bancários e que vai canalizar as ações daquela promotoria para evitar prejuízos aos consumidores. “A greve é legal, estão sendo reivindicados direitos, inclusive à segurança e à dignidade da pessoa humana, por isso vamos chamar os bancos à responsabilidade”, arrematou.

“A greve não é contra os clientes e usuários dos serviços bancários, mas tão somente para forçar os banqueiros a atenderem nossas reivindicações!”, foram essas as palavras iniciais de Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba.

Ele fez um breve relato sobre a Campanha Nacional dos Bancários, mostrando os números dos bancos (lucros, operações de crédito, provisionamento, receitas com tarifas sobre serviços, falta de funcionários, quadro de demissões, remuneração dos altos executivos do sistema financeiro, etc), como se dá a mobilização dos bancários e as negociações com os representantes dos banqueiros.

“Passamos o ano inteiro trabalhando sob condições adversas para atingirmos as metas, proporcionarmos lucros aos bancos e agora estamos querendo o nosso merecida reposição salarial, dentre outras reivindicações. E, uma vez que os bancos se recusam a negociar, vamos usar a única arma que temos; que é a greve”, ressaltou Marcos Henriques.

Os bancários solicitaram aos órgãos de defesa do consumidor que envidassem esforços junto aos banqueiros, para que os bancos não remetam para o serviço de compensação os cheques custodiados. “Se os clientes não podem depositar, por conta da greve, os bancos também não podem remeter os cheques custodiados ao serviço de compensação; pois, agindo assim, estariam quebrando uma relação de consumo com a parte mais frágil, que é o cliente”, ponderou Francisco de Assis, o “Chicão”, diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil.

Sobre a alegação de que os envelopes de depósito somem durante a greve e que os bancos acusam os grevistas, Marcos Henriques informou que “os próprios bancos inibem a função de recebimento de depósito nos caixas eletrônicos e recolhem os envelopes, pois não contam com funcionários suficientes para o processamento dos depósitos e tentam colocar a culpa nos grevistas”.

Outro ponto forte da reunião foi a necessidade de esclarecer à sociedade sobre os direitos dos consumidores durante a paralisação dos bancários. “Os bancos abandonaram as negociações, mesmo com condições satisfatórias para atender às reivindicações dos trabalhadores, e partiram para o confronto, levando os bancários à greve. Portanto, não podem penalizar os clientes e usuários dos seus serviços”, explicou Jurandi Pereira, diretor responsável pelo Departamento Jurídico do Sindicato.

Ele concluiu sua participação com a seguinte orientação: “Ao sofrer algum tipo de prejuízo decorrente da paralisação, o cliente pode solicitar administrativamente a reparação do dano ao seu banco. E, caso não seja prontamente atendido, deve recorrer aos órgãos de defesa do consumidor para garantir os seus direitos”.

As principais reivindicações dos bancários

● Reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%).
● Piso salarial de R$ 2.416,38.
● PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.
● Plano de Cargos e Salários para todos os bancários.
● Elevação para R$ 622 os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição.
● Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade.
● Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral
● Mais segurança
● Igualdade de oportunidades.

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