A greve dos bancários cresceu neste segundo dia em Pernambuco e paralisou cerca de 70% das agências do estado. O grande destaque desta quarta-feira, dia 28, foi a mobilização nos bancos privados, que já é considerada a maior da história dos bancários pernambucanos. Só na região metropolitana do Recife, 85% das 128 agências da rede privada fecharam as portas.
“Foi um dia histórico, nunca conseguimos parar tantas unidades de bancos privados como nesta quarta-feira. Foram 130 agências paradas em todo o estado, o que mostra a disposição de luta dos bancários da rede privada. Esses trabalhadores sofrem mais pressão e correm mais riscos que os colegas dos bancos públicos, e, por isso, podemos dizer que essa mobilização foi surpreendente”, comenta a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.
A greve também cresceu nos bancos públicos. O destaque do segundo dia continua sendo a Caixa, que teve 100% de paralisação nas agências. “Nenhuma das 78 unidades da Caixa em Pernambuco funcionou nesta quarta. E os empregados prometem manter o nível de mobilização nos próximos dias”, diz Jaqueline.
No Banco do Brasil, a paralisação atingiu 95% das agências bancárias. Apenas 10 unidades do BB no interior de Pernambuco funcionaram (Amaraji, Bodocó, Pesqueira, Jurema, Lagoa de Itaenga, Mirandiba, Passira, Petrolândia, Limoeiro e Surubim). Já no Banco do Nordeste, a paralisação atingiu 13 das 16 agências do banco em Pernambuco (apenas as unidades de Floresta, Pesqueira e Surubim abriram).
Além das agências bancárias, os prédios administrativos dos bancos também estão parados.
Silêncio dos bancos – Após dois dias de greve, os bancos continuam em silêncio e não há nenhum sinal de retomada das negociações. “As instituições financeiras sabem o que queremos e, principalmente, que estamos dispostos a negociar. A greve está muito forte, maior que a do ano passado. Esperamos que os bancos sintam a pressão e retomem o diálogo com os sindicatos para encontrarmos uma solução para os impasses desta Campanha Nacional”, ressalta Jaqueline.
Entre as principais reivindicações dos bancários estão o reajuste salarial de 12,8% (aumento real de 5%), PLR de três salários mais R$ 4.500, piso do Dieese (R$ 2.297,51), plano de cargos e salários para todos, mais contratações, fim da rotatividade, reversão das terceirizações e banco para todos, sem exclusão e sem precarização.
Até agora, foram realizadas sete reuniões de negociação com os bancos, que, na melhor proposta apresentada, ofereceram aos bancários 8% de reajuste, o que representa um aumento real de apenas 0,56%. As instituições financeiras também ofereceram o mesmo índice para corrigir o piso, os vales refeição e alimentação, auxílio-creche e a parte fixa da PLR e do adicional. Com isso, todas as demandas dos bancários foram ignoradas pelos bancos.
Confira abaixo como foi o segundo dia da greve:
BANCO |
TOTAL DE AGÊNCIAS |
AGÊNCIAS PARALISADAS |
PERCENTUAL DE PARALISAÇÃO |
BANCO DO BRASIL |
165 |
155 |
95% |
CAIXA |
78 |
78 |
100% |
BNB |
16 |
13 |
85% |
BANCOS PRIVADOS |
284 |
130 |
46% |
TOTAL |
543 |
376 |
70% |