Greve dos bancários começa forte parando 598 agências em São Paulo

Desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira 29, os bancários de bancos públicos e privados estão paralisando as atividades em São Paulo, Osasco e região na luta por uma proposta da federação dos bancos (Fenaban), com aumento real nos salários, PLR e piso maiores e melhores condições de trabalho.

Balanço final do dia feito pelo Sindicato revela que permaneceram fechados 610 locais, sendo 12 centros administrativos e 598 agências, abrangendo 24 mil trabalhadores.

“Os banqueiros levaram os bancários à greve já que após cinco rodadas de negociações não apresentaram proposta que prevê aumento real de salários”, disse Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

“O fim da greve está nas mãos dos banqueiros, que têm condições para apresentar uma proposta à altura das reivindicações dos trabalhadores e dos resultados dos bancos”, ressaltou.

A categoria quer aumento de 11%, Participação nos Lucros e Resultados (PLR), vale-refeição, vale-alimentação, auxílio-creche e pisos maiores, além de auxílio-educação para todos e melhores condições de saúde.

A greve foi votada em assembleia na noite dessa terça-feira 28 por cerca de dois mil trabalhadores que também rejeitaram proposta feita federação dos bancos (Fenaban) que previa apenas a reposição da inflação (4,29%).

Voz

“Tenho casa, carro, conforto e um bom cargo no banco, tudo depois de 12 anos de trabalho. Só que de uns quatro anos para cá tudo piorou. Estou com depressão de tanto ser cobrada. Estou na greve não apenas pelo salário, mas principalmente para que isso mude. Eles só cobram e não reconhecem nada. Essa situação me deixou doente.”

O depoimento é de uma funcionária de um banco privado da região central da cidade. E bem parecido com a declaração de uma funcionária do Banco do Brasil, de uma agência da zona norte, em relação à motivação para a greve: “Para mim, melhorar as condições de trabalho é tão importante quanto o reajuste salarial. Pois grande parte do que ganho atualmente é gasto com medicamentos. Por isso são necessárias as duas coisas: a valorização do poder de compra e as condições necessárias para exercermos nossa profissão com dignidade”.

* Atualizado às 18h42

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