A greve nacional dos bancários começou na terça-feira (27) a todo vapor no Pará. A adesão dos trabalhadores de bancos públicos e privados na região metropolitana de Belém foi de 100%.
Em Santarém, todos os bancos públicos grevaram. Em Marabá, houve paralisação maciça dos funcionários do Banco do Brasil, Banpará e Caixa e, parcial, apenas no Banco da Amazônia. A cada momento chegam notícias ao Sindicato dos Bancários do Pará de mais agências aderindo ao movimento em todo o Estado e nesta quarta-feira (28) o movimento grevista dos bancários tende a crescer muito mais.
Em Belém, o Sindicato organizou vários piquetes na Avenida Presidente Vargas, um dos principais corredores financeiros da cidade. Houve concentração em frente ao Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banpará, nos bancos privados, mas o principal destaque foi a presença de mais de 300 bancários do Banco da Amazônia na mobilização feita em frente à matriz da instituição.
Em todos os piquetes, os trabalhadores dialogavam com a população sobre os motivos da greve, esclarecendo que, em 5 rodadas de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os bancos ofereceram apenas um índice de reajuste salarial de 8% e não negociaram pautas importantes de remuneração, emprego, saúde, condições de trabalho e segurança.
“Estamos em greve por culpa dos bancos. Esse setor da economia brasileira teve um lucro de 27,4 bilhões de Reais no primeiro semestre de 2011 e brincam com a nossa categoria em mesa de negociação quando oferecem 0,56% de ganho real e não negociam a valorização do nosso piso, o aumento da PLR, a contratação de mais bancários, melhorias de condições de trabalho e de segurança. A nossa luta por trabalho decente dentro dos bancos, é esse o motivo da nossa greve”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.
“Sem a greve não dá para conseguir nada dos banqueiros, é só assim que a gente pode arrancar melhores salários e condições de trabalho”, ressaltou o funcionário do Banco do Brasil de Parauapebas, Ozias Vieira, que está de férias em Belém, mas aproveitou o dia parta fortalecer a greve da categoria marcando presença na mobilização de hoje.
Icoaraci
Além das atividades de greve no centro de Belém, o Sindicato também organizou piquetes no distrito de Icoaraci, no outro extremo da cidade. Lá, todas as agências de bancos públicos e privados foram fechadas, marcando outro ponto alto desse primeiro dia de greve no Pará.
Apoio da sociedade
O Sindicato e o movimento sindical bancário sabem que uma greve causa transtornos à população. Porém, esse é um direito constitucional e legítimo de todo e qualquer trabalhador brasileiro. O fato é que a greve ocorre, mais uma vez, pela intransigência dos banqueiros, que não aceitam negociar seriamente às reivindicações da categoria.
Apesar da paralisação, os serviços de autoatendimento das agências bancárias está funcionando, assim como os setores de compensação de depósitos, transferências, pagamentos etc.
“É com a greve que a categoria pode arrancar melhorias não apenas para os bancários, mas também para a população. Lutamos pela contratação de mais bancários para melhorar o atendimento, queremos mais segurança nas agências para combater os crimes de saidinha, queremos a redução de taxas de juros e tarifas para quem é cliente e usuário dos bancos. Ou seja, essa luta não é só nossa, é de toda a sociedade, e é por isso que pedimos o apoio e a compreensão de todos, pois é com a greve que podemos mudar a realidade atual de atendimento precário dentro dos bancos”, argumenta o vice-presidente do Sindicato e da Fetec-CUT/CN, Sérgio Trindade.
“É muito importante que os colegas que estão em greve, mas não estão citados nesse primeiro mapa de greve que estamos divulgando, que entrem em contato com o Sindicato para que possamos atualizar esses dados e traçar um mapa mais real da greve aqui no Pará. Essas informação serão repassadas diariamente para a Contraf-CUT, para que o Comando Nacional tenha um controle mais eficaz da greve da categoria, e mostre para os banqueiros a força do nosso movimento. Com uma greve forte em todo país, podemos arrancar uma proposta da Fenaban que atenda aos nossos interesses”, afirma o diretor de comunicação do Sindicato, Fábio Gian.