Greve contra intransigência e pressão dos bancos cresce em Belo Horizonte

Trabalhadores protestam contra truculência do Bradesco na greve

Os bancários completam nesta sexta-feira (30) quatro dias de greve contra a
intransigência dos bancos que se recusam a atender as justas reivindicações da categoria. A cada dia o movimento ganha força com a adesão de mais bancários de Belo Horizonte.

Prova disso é que nesta quinta-feira (29) o número de agências e departamentos paralisados se ampliou e atingiu 78% dos bancos públicos e privados. Na CAIXA, a adesão é de mais de 90%, no Banco do Brasil atinge 65% e 56 agências de bancos privados na região central da Capital aderiram ao movimento.

De acordo com dados divulgados pela Contraf-CUT, a greve nacional dos bancários ganhou mais força nesta quinta-feira, quando atingiu o seu terceiro dia, ao paralisar 7.672 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 25 estados e no Distrito Federal.

Para denunciar a truculência do Bradesco, que vem usando todo tipo de violência contra os bancários e se utilizando do instrumento do interdito proibitório para forçar a abertura de agências paralisadas, foi realizada uma grande manifestação em frente à agência Centro, na rua da Bahia, que paralisou suas atividades.

Durante a manifestação, os bancários do Bradesco deram um show de coragem e compromisso com a categoria ao resistirem às várias formas de intimidações utilizadas pelo banco na tentativa de obrigá-los a trabalhar. Não bastasse a atitude violenta do gerente Marcos, que agarrou duas bancárias pelo braço e praticamente as jogou para dentro da agência, o banco “inovou” em matéria de intimidação ao mandar apelos ameaçadores para os bancários, através de uma trabalhadora da empresa prestadora de serviço de limpeza.

No entanto, apesar de toda truculência, os bancários resistiram e a agência permaneceu fechada. Após a manifestação, foi realizada uma assembleia que deliberou pela continuidade da greve por tempo indeterminado, pelo Dia do Vermelho, nesta sexta-feira, quando todos os bancários devem ir para as ruas vestidos de vermelho, pela redação de uma moção de apoio à greve dos trabalhadores dos Correios e pela realização de manifestações conjuntas com esses trabalhadores.

Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (5% de ganho real mais a inflação do período), valorização do piso, maior participação nos lucros, mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização, entre outros ítens.

Nesta sexta-feira haverá nova assembleia, às 15 horas, em frente à agência Século da CAIXA, na rua Carijós, esquina com a rua Espírito Santo para definir os rumos da greve.

Para o presidente do Sindicato, Cardoso, a atitude violenta do Bradesco no terceiro dia de greve apenas confirmou as denúncias feitas pelo Sindicato. “Não foi à toa que nós escolhemos a agência Centro do Bradesco para repudiar essas atitudes truculentas e covardes do banco, que chama a polícia para os trabalhadores e usa de todos os artifícios para intimidar os bancários e desmobilizar a nossa greve. Mas, se o Bradesco está apostando no nosso medo, pode esquecer, pois somos uma categoria de luta e a coragem sempre prevaleceu nos nossos enfrentamentos contra os banqueiros”, afirmou.

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