Os bancários do setor privado, em sintonia com o Comando Nacional da categoria, aprovaram a nova proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em assembléia realizada na quinta-feira, dia 8, no auditório do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. Os funcionários do Banco do Brasil também aprovaram a proposta da Fenaban e a específica da empresa, que teve avanços importantes, como o Plano de Cargos e Salários, o PCS, que garante mais 3% a todas as faixas salariais, além do reajuste da Fenaban.
Na Caixa Econômica Federal, cujas negociações de quinta-feira não avançaram, a empresa se retirou da mesa ameaçando ir para o Tribunal Superior do Trabalho (TST). Os funcionários ficaram indignados e decidiram fortalecer ainda mais a greve.
Com a aprovação da proposta, os funcionários dos bancos privados e do BB vão receber a primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no prazo de até dez dias após a assinatura do acordo.
Greve vitoriosa
O presidente do Sindicato, Almir Aguiar, saudou os bancários pela greve vitoriosa, que arrancou avanços na proposta dos bancos após 15 dias de paralisação em todo o país. “Entregamos a pauta de reivindicações aos bancos no dia 10 de agosto. De lá para cá o Sindicato realizou caravanas em todas as regiões da cidade, para convocar os bancários para a nossa mobilização nacional, paralisações e uma greve nacional que fez a Fenaban recuar e apresentar esta proposta. Os bancários e as bancárias do Rio estão de parabéns pela participação, mesmo sabendo que no setor privado a pressão dos patrões é ainda maior”, disse.
Avanços
O sindicalista ressaltou alguns dos principais avanços da proposta, como a garantia do aumento real de salário e a nova PLR, cujo adicional não depende mais da variação do lucro da empresa e passa a ser incluída para sempre na Convenção Coletiva da categoria.
“Não podemos deixar de destacar também a ampliação da licença-maternidade para seis meses e a isonomia de tratamento para casais homoafetivos em relação aos direitos do plano de saúde” acrescenta o sindicalista.
Apartheid
“Precisamos avançar em questões fundamentais como a aprovação da convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que acaba com a demissão imotivada, as questões de saúde, o fim do assédio moral e sobre segurança”, destaca.
O sindicalista disse que esses e outros itens continuarão a ser debatidos nas negociações permanentes e lembrou que, em dezembro, haverá uma mesa para discutir a segurança bancária.
Almir criticou a discriminação contra negros, negras e deficientes. “Precisamos acabar com esse verdadeiro apartheid que há nos bancos”, ressaltou.