Sem proposta decente, paralisação cresce na capital e no interior
A greve continua a crescer na Bahia. A cada dia mais agências são fechadas em Salvador e no interior. O Estado tem pouco mais de mil unidades bancárias e 820 deixaram de prestar atendimento nesta quarta-feira (1º), segundo dia de paralisação por tempo indeterminado.
Em Salvador, 199 agências fecharam as portas. A capital tem a maior concentração de unidades, em média 310. A tendência é nos próximos dias as demais aderirem ao movimento e paralisarem as atividades.
Com 621 agências fechadas, o interior também está firme na greve. Bancários de cidades como Ipirá, Vitória da Conquista, Guanambi, Salinas das Margaridas, Itaparica, Vera Cruz, Serra Dourada, Cruz das Almas, Feira de Santana, Camaçari e muitas outras estão na paralisação.
Ato no Banco Central
Nesta quinta-feira (2), às 10h, na frente do Banco Central, os bancários realizam manifestação para reafirmar a posição da categoria contra a independência do BC, assunto muito debatido nos últimos meses.
Os trabalhadores sabem bem o que isso significaria na prática. Além de limitar o papel dos bancos públicos, fundamental no processo de desenvolvimento e combate às desigualdades sociais, a autonomia do BC colocaria um ponto final no crédito direcionado.
Em outras palavras, acabariam os financiamentos com juros mais baixos para a agricultura familiar e para os programas de habitação, como o Minha Casa, Minha Vida.
É fato que na prática, o Banco Central já tem autonomia e aproximação com o mercado financeiro, mas aceitar a independência total é entregar de mão beijada ao sistema financeiro, leia-se os bancos, a condução da política macroeconômica do país.
Para o Sindicato dos Bancários da Bahia, o que tem de entrar na pauta urgentemente é a ampliação do papel social dos bancos públicos.