Cerca de 100 funcionários do Centro de Serviços de Logística (CSL), no Complexo São João do Banco do Brasil, em São Paulo, participaram nesta quarta-feira, dia 30, de uma reunião provocada pela indignação dos trabalhadores após o BB nomear algumas pessoas do setor para cargos comissionados, que atuarão no processo de incorporação da Nossa Caixa.
Estiveram presentes o diretor de formação da Contraf-CUT, William Mendes, e os diretores do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Cláudio Rocha e Cláudio Luis, este também representante da Fetec-SP na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. Também compareceu o gestor do BB responsável pela CSL, Paulo Oshiro.
Oshiro justificou que não fez processo seletivo democrático e transparente porque estava premido por ordens de Brasília e pelo tempo, dizendo ainda que encarregou o seu comitê administrativo para definir as pessoas que se encaixavam no perfil dos cargos.
Ele alegou que esse processo de nomeações foi “exceção” e que ainda haverá mais de uma centena de vagas comissionadas para nomeações nos próximos meses e que todos devem se preparar porque o banco seguirá o rito de processo seletivo “normal” que respeita o TAO e a transparência devida.
Cláudio Rocha, que é o diretor do Sindicato responsável pelo Complexo São João, pontuou vários problemas recorrentes nas questões de nomeações, como falta de transparência e de critérios claros para todos os trabalhadores. Também lembrou ao gestor que o que era para ser exceção se tornou regra e, a todo momento, ocorrem nomeações sem os devidos processos seletivos abertos a todos.
Cláudio Luiz, por sua vez, esclareceu aos funcionários presentes que estamos em processo de negociação de um novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e que problemas como o ocorrido têm sido a prática do banco em todo o país. “As questões de nomeações e descomissionamentos só mudarão se todo o funcionalismo se engajar na luta e criar correlação de forças para que se implante um PCCS com mais justiça e mais igualdade nas oportunidades e menos subjetividade nos processos”, afirmou.
A Contraf-CUT e os sindicatos estão atentos a essas “exceções recorrentes” das próprias regras do BB para nomeações de comissionados. “Só mudaremos as regras na mesa de negociação com a luta organizada em nível nacional”, frisou William.
O primeiro passo dessa luta já foi dado, quando a Contraf-CUT realizou, no último dia 15, a Plenária Nacional de Dirigentes Sindicais. Na ocasião, foram definidas as premissas para as negociações permanentes com o Banco do Brasil, dentre elas as questões para a construção de um novo PCCS. “Teremos em 2010 um primeiro semestre de muita luta e organização sindical para o BB e demais bancos com suas questões específicas”, conclui William.