Fórum enviará carta para presidente Dilma sobre riscos da terceirização

Reunião do Fórum de Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização

Diante da possibilidade da entrada na pauta de votação do PL 4330/2004 da terceirização ainda este ano na Câmara Federal e a importância de retomar os encaminhamentos aprovados no seminário realizado em setembro, em Brasília, o Fórum de Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização se reuniu nesta segunda-feira (10), na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, para definir iniciativas, à luz da nova conjuntura, após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.

Segundo Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, um primeiro e importante encaminhamento foi a aprovação de um documento a ser encaminhado à presidenta Dilma, que será na linha do mote da campanha “Nem que a vaca tussa, em direito dos trabalhadores não se mexe”.

“Vamos lembrar a presidenta dos compromissos publicamente assumidos pela então candidata, durante a campanha eleitoral, que se contrapõem radicalmente aos termos do PL 4330/2004. Esse projeto de lei, em trâmite no Congresso, busca reduzir os custos do trabalho no Brasil a partir do tratamento diferenciado entre os trabalhadores, dividindo-os entre aqueles contratados diretamente pelas empresa e detentores de mais direitos e os terceirizados, com menos direitos”, explica Miguel.

As consequências para os trabalhadores será achatamento dos salários, aumento da jornada e dos acidentes de trabalho. “Além disso, haverá a pulverização da representação sindical, que enfraquecerá a luta das atuais categorias organizadas, chegando até a figura de empresas com um único trabalhador (PJ), dentre outros aspectos nefastos à classe trabalhadora”, destaca o dirigente sindical.

Na reunião, os participantes aproveitaram também para analisar o processo Cenibra, que se encontra com pedido de repercussão geral no Supremo Tribunal Federal (STF), e decidir encaminhamentos para a atuação das entidades que compõem o Fórum em relação a essa ação.

Quanto às propostas aprovadas no seminário de Brasília, será organizada uma reunião de trabalho para a área de comunicação, com a finalidade de produzir novos materiais de mídia, como uma marca para a nossa campanha no Fórum, camisetas, folders e material especialmente dirigido aos trabalhadores terceirizados, bem como a revitalização do site do Fórum, elaboração de matérias constantes pelos integrantes do Fórum e atuação nas redes sociais.

Outra medida, que será operacionalizada, é a reprodução nos estados e regiões do país, em escala local, do seminário organizado com muito sucesso pelo Fórum. As entidades serão estimuladas, a partir de articulações de centrais sindicais, Amatras, procuradorias regionais, sindicatos e Assembleias Legislativas a organizarem debates regionais com a mesma temática.

“Avalio como muito importante essa reunião no dia de hoje porque, além de resgatar uma série de encaminhamentos, reaviva a organização e a mobilização em torno desse tema e dos riscos que temos de enfrentar para vermos arquivadas todas essas ameaças, cujo enfrentamento temos que colocar como nossa prioridade número 1”, conclui Miguel.

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