Manifestação contra discriminação no Itaú Unibanco no Rio
Um clima de grande insatisfação e revolta tomou conta dos funcionários da Unidade de Processamento de Serviços do Itaú Unibanco (UPS – São Cristóvão, antigo CPSA) devido à implantação, este ano, do Programa de Auto Desempenho (PRAD), que consegue ser pior ainda que o Agir, ao qual substituiu. A mudança acabou com o pagamento de um valor igual para todos os funcionários da unidade, independentemente do cargo, a título de prêmio por produtividade.
Agora, para receber a verba (este ano, pouco mais de R$ 500), os operadores de serviço foram avaliados pelos chefes. A avaliação foi feita a partir de critérios subjetivos e excluiu do pagamento pelo menos 70% dos funcionários da UPS, criando um clima de extremo descontentamento e desarmonia no trabalho, colaborando para desmotivar e reduzir a produção da equipe.
O novo método é discriminatório e uma espécie de punição aos funcionários que ajudaram o Itaú Unibanco a obter, em 2010, um lucro de R$ 13,3 bilhões, o maior já obtido por uma instituição financeira em toda a América Latina. Mais discriminatória ainda foi a decisão de pagar apenas aos chefes um prêmio por desempenho de R$ 3 mil este ano.
Banco se contradiz
As mudanças revelam a total contradição entre o discurso do Itaú Unibanco que postula “a integração das equipes” e a sua prática. A economia do PRAD, não compensa a desarmonia que ele gera. “O PRAD é um dos piores programas já feitos pelo Itaú Unibanco. É nocivo para a maioria dos funcionários e para o próprio banco”, afirmou o diretor da Federação dos Bancários do RJ/ES, Belmar Marchetti.
O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Dorival Teles, entrou em contato com o setor de Relações Sindicais do banco, e cobrou explicações sobre o PRAD.
“Condenamos esta discriminação. Como se pode realizar avaliações individuais dos funcionários, em tarefas que são feitas coletivamente? O banco se esconde por trás da propaganda milionária que tenta passar a imagem de que é um ótimo lugar para trabalhar”, afirma o dirigente.