O pagamento incorreto de horas extras é um problema antigo na Fidelity, contra o qual os trabalhadores sempre lutaram. Na campanha nacional do ano passado, porém, a Fidelity havia garantido, em negociações realizadas com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, que regularizaria a situação em todas as suas unidades.
Mas a empresa não está cumprindo o que prometeu, considerando a quantidade de denúncias que têm chegado ao Sindicato, em especial de funcionários dos sites da terceirizada da Vila Matilde e do Limão. “Na hora de pagar as horas extras eles dão alguma desculpa e pagam um terço do que a pessoa cumpriu, em alguns casos até menos que isso. É algo que não podemos e não vamos aceitar”, disse o diretor da Contraf-CUT, Lindiano José da Silva.
As denúncias também dão conta de aumento da sobrecarga de trabalho e de favorecimento de alguns empregados. “Parece que as regras internas valem mais para alguns funcionários que para outros, que são ‘amigos do rei’. Uns são proibidos de sair para a rua em qualquer horário do dia, não podem nem mesmo comprar um lanche ou um remédio, enquanto outros, que têm amizade com as chefias, têm muito mais liberdade de ir e vir”, relata.
O dirigente sindical afirma que denunciou as irregularidades à direção da empresa. “Esperamos que a Fidelity tenha a decência de cumprir a lei e pagar corretamente o que deve aos trabalhadores. E não podemos aceitar diferenças de tratamento entre os empregados.”