Entrevista: para Artur, decisões das plenárias da CUT influenciam cenário nacional

Artur, qual a importância da 12a Plenária e quais as expectativas em relação ao encontro?

Historicamente, em nossas Plenárias sempre houve decisões muito importantes, que nos ajudaram a orientar nossas ações e fizeram com que a CUT tivesse grande influência nos rumos da política e da economia brasileiras. A primeira delas, por exemplo, colocou a CUT na ponta-de-lança do movimento pelas Diretas Já. A seguinte, após muito debate, considerou que a Constituinte era legítima, embora a maioria dos parlamentares fosse conservadora, e deliberou por nossa participação efetiva. As greves gerais que realizamos sempre foram debatidas e decididas em Plenárias.

Foi na 6a Plenária que decidimos pelas cotas mínimas para a participação das mulheres nas direções e nos fóruns cutistas, assunto este que é destaque no dia de hoje, durante a 2a Plenária Nacional de Mulheres. Exemplos não faltam.

A Plenária é um momento de reflexão sobre a conjuntura nacional e internacional e de identificação dos espaços que podemos e devemos ocupar na luta por um Brasil mais justo. A 12a não será diferente. Vamos renovar nossas estratégias em relação a alianças com os movimentos populares, nossas políticas internas, nossa comunicação, nossa luta pela disputa das bases sindicais, relações internacionais e, especialmente, fazer um exercício de vislumbrar o próximo período para nos posicionarmos com transparência e segurança frente aos desafios.

E tudo isso vem embalado pela participação de companheiras e companheiros de todas as regiões do Brasil, capazes de compreender as realidades e apontar caminhos, numa verdadeira festa da democracia. Aliás, dessa prática democrática constante da CUT vem parte significativa do aprendizado brasileiro. Em seguida, a Plenária deságua no Congresso Nacional da CUT, quando a estratégia é mais bem definida e há renovação nos quadros dirigentes da Central.

Esse aspecto democrático ganha este ano o reforço da Assembléia Popular em São Bernardo.

Exatamente. Lá no ABC, um dos berços do sindicalismo cutistas, vamos realizar uma Plenária a céu aberto, com a participação de todos que vierem. Vamos apresentar o Plano de Lutas elaborado pela Plenária para que as pessoas participem da votação. Esperamos muita gente. Por estes dias, estamos fazendo panfletagem na cidade, para convidar a população a comparecer na próxima sexta, dia 8, às quatro da tarde, na Praça da Matriz.

Qual o aspecto da conjuntura deste ano de 2008 que ocupará a maior parte dos debates?

Muito se tem falado em inflação. Vamos certamente deliberar que as nossas campanhas salariais devem continuar aguerridas, ousadas, e novamente contrariar a visão conservadora que tenta diminuir o espaço de participação do trabalho na renda nacional. Salário é desenvolvimento, e a inflação deve ser combatida pela oferta abundante de alimentos através da agricultura familiar, do controle sobre estoques e combate à especulação. Outro destaque é a luta pelo respeito à dignidade humana e ao meio ambiente, para garantir que a busca por novas formas de energia, como os agrocombustíveis, tenha como princípios a distribuição de renda e a soberania nacional.

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