Emoção marca solenidade de abertura do 25º Conecef

O roteiro da cerimônia em comemoração aos 25 anos dos Conecefs foi iniciado com a exibição de um filme sobre a ação coletiva dos empregados da Caixa em defesa da cidadania e em defesa de direitos, tendo como palco os 25 anos de Conecefs. No filme, aparecem fotos históricas das lutas e mobilizações do movimento na Caixa, incluindo imagens do primeiro em 1985 e do Conecef realizado no ano passado. Na ocasião, muitos delegados se reconheceram nas imagens e a emoção correu solta.

A homenagem contou com a participação de lideranças como Olívio Gomes Vieira/RJ (Aposentados), Wilson Ribeiro/SP (Comlutas), Gilmar Cabral Aguirre/RS (CSD Bancária – CUT Socialista e Democrática), Emanoel Souza de Jesus/BA (CTB), Rita Lima/ES (Intersindical Bancária) e José Carlos Alonso/SP (Articulação Bancária da Caixa).

Nesse ato comemorativo, os discursos proferidos ressaltaram a unidade como principal fator para os que empregados da Caixa possam avançar em suas lutas e conquistas. A inspiração, segundo alguns oradores, vem de valores como consciência de classe, compromisso com o povo, solidariedade e unidade do movimento. Uma unanimidade: a combinação desses valores inspira os bancários da Caixa a continuar lutando e conquistando um país para todos.

O ato em comemoração aos 25 anos de Conecef foi encerrado com a leitura do texto “Conecef: a beleza de uma façanha”, elaborado pela Fenae. O documento relata as lutas e mobilizações ocorridas no âmbito dos 25 Conecefs, como uma história em movimento, e conclui que, para enfrentar os desafios – os novos e os antigos, “há uma capacidade de resposta nas organizações sindicais e associativas que segue viva, apesar de algumas pedras no meio do caminho”.

O texto lembra que, como protagonistas da beleza de uma façanha, os empregados da Caixa reafirmam o compromisso de sempre lutar e mudar, de não se conformar, pois “o Conecef é como um espelho que ajuda a reconhecer e dizer: existimos”. Eis a íntegra do documento:

Conecef: a beleza de uma façanha

“Vinte e cinco anos depois, a luta continua. Na Caixa Econômica Federal, as mobilizações pela jornada de seis horas e pelo direito do bancário se sindicalizar compuseram o cenário para afirmar a potência da ação coletiva em defesa da cidadania e em defesa de direitos. Esse processo foi desencadeado com reuniões nas ruas e desembocou em novas maneiras de ver a empresa e o país. Hoje, os atores são múltiplos e a polarização se dá de variadas formas.

O Conecef, o Congresso Nacional dos Empregados da Caixa, faz parte dessa história. O início remonta ao ano de 1985, quando um grupo de bancários plantou as primeiras sementes de um movimento que marcaria toda uma geração na empresa. Em 2009 o Conecef completa 25 anos de lutas e expõe experiências e conquistas de uma história em movimento. A inspiração veio diretamente das mobilizações dos auxiliares de escritórios, segmento que era alvo de uma grande injustiça: recebia metade dos salários pagos aos técnicos administrativos.

Na Caixa, a luta como movimento organizado culminou com o primeiro Conecef, realizado em Brasília. Esse encontro atuou como divisor de águas. Rompeu as fronteiras de um tabu e reafirmou seu caráter unitário. Coube ao primeiro Conecef aprovar a primeira greve de caráter nacional na Caixa em 30 de outubro de 1985, que varreu o Brasil de ponta a ponta e foi um marco para a conquista da jornada de seis horas e pelo direito à sindicalização de todos os empregados.

Essa luta foi vitoriosa e conquistamos o reconhecimento como bancários e o direito à jornada de seis horas.

Desde então, passeatas, atos, manifestações e greves passaram a fazer parte do cotidiano de agências e unidades da empresa. Das catacumbas da ditadura militar ao centro da cena política nacional, os empregados da Caixa ecoaram um grito de resistência e de afirmação.

Em sua origem, o Conecef buscou afirmar-se como uma contra-história, contada a partir do ponto de vista de quem estava excluído da história oficial: os empregados da Caixa. A afirmação básica era a certeza de ser possível lutar e conquistar, misturada a sentimentos de apreensão, de euforia, de coragem e de solidariedade em torno de um ideal comum. Essa época também foi marcada pela participação de lideranças do Movimento das Seis Horas nas eleições para as diretorias das Associações do Pessoal da Caixa (Apcefs), o que propiciou um caráter classista à maioria das entidades associativas do país.

Vão-se 25 anos de muita persistência e garra. A luta por uma Caixa como banco público a serviço do Brasil e de sua população, sobretudo o segmento mais carente, sempre prevaleceu. Mesmo durante o período difícil do governo Fernando Henrique Cardoso, quando o Conecef serviu de palco para deflagrar campanhas em defesa da Caixa e contra as mazelas neoliberais dos tucanos. Nessa época, mesmo com a empresa sob a ameaça de privatização, o Conecef manteve a sua vocação de apontar o caminho a ser seguido, não deixando de ser realizado em nenhum ano sequer.

Para enfrentar os desafios, novos e antigos, há uma capacidade de resposta nas organizações sindicais e associativas que segue viva, apesar de algumas pedras no meio do caminho. O Conecef reflete toda uma energia coletiva que resgata a esperança. A atualização do primeiro Conecef está sendo feita, ano após ano, pelas lutas e pelas mobilizações dos trabalhadores da Caixa.

Na esteira desses 25 anos de Conecefs, o movimento nacional dos empregados anuncia novas possibilidades e caminhos. O Conecef, sem dúvida, é um símbolo de vital importância para o conjunto do movimento dos trabalhadores no Brasil. Acreditamos que o futuro da Caixa possa ser construído com participação. Queremos uma Caixa onde todos os segmentos de trabalhadores caibam, onde cada empregado possa ser valorizado. Até conquistarmos o que almejamos, não vamos desistir.

Como protagonistas da beleza dessa façanha, reafirmarmos nosso compromisso de sempre lutar e mudar, de não nos conformarmos. O Conecef é como um espelho que ajuda a reconhecer e dizer: existimos. O Conecef é, decididamente, a história em movimento e a voz dos empregados da Caixa que se faz ouvir”.

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