A diretoria do Sindicato da Paraíba divulgou nota oficial nesta terça-feira 29 orientando os bancários em greve a facilitarem o pagamento dos servidores públicos estaduais. Veja a nota abaixo:
Os bancários abrem uma exceção na sua greve para realizar o pagamento da folha do mês de setembro, em solidariedade aos servidores públicos estaduais da Paraíba.
Solidariedade esta que não é extensiva ao governo Maranhão, que colocou sua Tropa de Choque, viaturas e policiais militares a serviço do Bradesco, para intimidar os bancários e inviabilizar a greve.
Além de usar a policia, o governo do Estado persegue os grevistas através do Procon Estadual, que insiste em manter 30% dos bancários trabalhando, quando a Lei de Greve prevê apenas a compensação bancária como serviço essencial.
E mais, é bom lembrar que, Maranhão:
Em 2001, privatizou o PARAIBAN, vendendo o banco estatal ao próprio Banco Real, a preço de bananas: R$ 94 milhões, com todo seu patrimônio, parque tecnológico e, principalmente, sem passivo trabalhista;
Na venda, foi incluída a Caixa de Previdência dos Funcionários do Paraiban (Previban), com um patrimônio de R$ 28 milhões e 1.248 contribuintes, ativos e aposentados;
Ao privatizar o Paraiban, provocou a demissão de mais de 500 pais e mães de família paraibanos;
Agora, ao assumir o governo, quebrou o contrato com o Banco Real e vendeu a folha de pagamentos do Estado da Paraíba ao Banco do Brasil, por R$ 250 milhões.
Além de receber mais dinheiro, vai provocar mais de 300 demissões no Banco Real, em um Estado carente de postos de trabalho e infernizar ainda mais a vida dos funcionários do Banco do Brasil, que já estão no limite da capacidade de atendimento.
Tudo isto nos leva à seguinte reflexão:
Por que essa pressa em vender a folha de pagamentos do Estado, agora, se o Banco Real investiu e se preparou durante oito anos para atender bem ao funcionalismo público estadual?
Que qualidade de atendimento será dispensada aos servidores do Estado pelos bancários do Banco do Brasil, que já trabalham no limite de sua capacidade?
Afinal, quem ganhou com a venda do Paraiban e quem vai continuar ganhando agora com a venda da folha de pagamento do Estado ao Banco do Brasil?
Será mera coincidência, esses negócios acontecerem em véspera de ano eleitoral?
Ao aprovar a compra da folha de pagamentos do Estado, a superintendência estadual do Banco do Brasil agiu por impulso, incompetência, irresponsabilidade ou má fé? Pois todos sabem que o atendimento no BB está um caos e o funcionalismo, que já trabalha no limite de sua capacidade, não tem como absorver a demanda de 120 mil novas contas.
Os bancários estão em greve por melhores salários, condições de trabalho e manutenção dos empregos. O movimento é legal e legítimo, contra a intransigência dos banqueiros e não para prejudicar clientes e usuários.
Portanto, já que o Banco Real montou uma estrutura eficiente em oito anos para melhor atender aos servidores públicos estaduais, os bancários pedem também a solidariedade desses companheiros: MANTENHAM SUAS CONTAS NO BANCO REAL e não permitam que o governo Maranhão continue a patrocinar o desemprego, a pressão e o assédio moral contra os bancários.