Em negociação com Comando, BNB afirma que vai seguir convenção coletiva

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil, realizou nesta segunda-feira, dia 3, a segunda rodada de negociação com a Superintendência de Desenvolvimento Humano do BNB, em Fortaleza, quando foram discutidas as reivindicações referentes à remuneração (benefícios), funcionais e sindicais.

O principal avanço dessa rodada ficou por conta do compromisso assumido pelo BNB em seguir a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), a ser assinada com a Fenaban. O banco prometeu ainda apresentar na próxima rodada de negociação, que deve acontecer no dia 10, uma proposta global para as demandas dos trabalhadores.

“Esse compromisso assumido pelo BNB de cumprir a CCT é muito importante nesse momento em completamos 20 anos de convenção coletiva da categoria. Os funcionários do BNB merecem esse reconhecimento e precisam sentir esse sentimento de unidade com os demais bancários do Brasil. Aliás, é esse o principal objetivo da Contraf-CUT: promover a unidade”, afirma Carlos Sousa, vice presidente da Contraf-CUT e coordenador da mesa de negociações com o BNB. Ele lamentou a ausência do diretor administrativo e de Tecnologia da Informação, Nelson Antônio de Sousa, em mais uma rodada de negociação.

Além disso, o Comando Nacional cobrou que o acordo coletivo aditivo dos funcionários do BNB seja assinado com mais celeridade. “Essa demora é ruim para todos. Para os funcionários que ficam desprotegidos, para os representantes das entidades que caem em descrédito e para a empresa que fica com sua imagem prejudicada junto ao corpo funcional”, avalia o dirigente da Contraf-CUT.

Funcionais

O Comando Nacional cobrou do superintendente de BNB uma resposta quanto ao cumprimento do termo de ajuste que prevê a substituição de terceirizados. O banco informou que na última semana promoveu o desligamento de 420 terceirizados, sendo 380 da Direção Geral e 40 de outras unidades. Cavalcante afirmou ainda que a intenção do BNB é substituir 545 terceirizados e confirmou as convocações de aprovados no último concurso em 2010.

Os representantes dos trabalhadores cobraram ainda explicações do BNB quanto à proibição de funcionários das agências do banco estarem proibidos de participarem de concorrência para o preenchimento de funções de Gerente de Operações Financeiras nos Ambientes de Fundos de Investimentos e de Fundos de Investimentos Especiais. O superintendente informou que o banco deve se posicionar em breve e que problema será levado à diretoria do BNB e que, em seguida, o banco divulgará uma nota esclarecendo os fatos.

Carlos Sousa cobrou ainda que os critérios para as concorrências sejam objetivos e que o peso das entrevistas seja minimizado para que o processo para preenchimento de funções seja mais transparente. “Critérios subjetivos podem gerar suspeitas de clientelismo”, esclarece. O banco ficou de apresentar uma posição na próxima rodada.

Quanto ao transporte de numerário, o coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, Tomaz de Aquino, solicitou que as despesas passem a ser centralizadas pela Direção Geral. Isso evitaria que, para diminuir as despesas de agências, os gestores utilizem funcionários a realizar esse trabalho, o que deve ser coibido pelo banco.

Com relação à implantação do ponto eletrônico, o Comando Nacional foi enfático em cobrar a sua imediata instalação. O banco informou apenas que os prazos acordados em mesa de negociação específica estão sendo cumpridos, mas se comprometeu em instalar o ponto eletrônico até o final de setembro.
“Se é assim, então queremos que o banco apresente esse cronograma de implantação ao seu corpo funcional, como forma de esclarecimento junto aos funcionários que estão na expectativa da instalação do ponto eletrônico”, cobrou Carlos Sousa.

O Comando Nacional reivindicou também a implantação de um novo plano de funções e a revisão do PCR. De acordo com representantes dos funcionários, há casos de bancários que estão acumulando funções, pois a movimentação estrutural do BNB já pede essa revisão.

Quanto ao PCR, os bancários cobraram uma posição quanto ao projeto que foi apresentado ao DEST (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais). O banco informou que o departamento havia devolvido o projeto por entender que, naquele momento, o PCR estava implantado e não seria mais discutido. Entretanto, com a nova diretoria do BNB, o momento é outro e o banco deve voltar a apresentar o projeto ao órgão em breve.

Outro ponto abordado refere-se à isonomia das diárias a serviço do banco. Os representantes dos trabalhadores relataram que há vários valores de diárias praticados hoje no BNB, criando um tratamento não isonômico entre os funcionários.

Os bancários reivindicam que todos recebam o mesmo valor referente ao maior valor de diária instituído hoje no banco. Os funcionários denunciaram ainda que alguns valores de diárias estão congelados há mais de dez anos e que o recurso do ressarcimento de despesas, que deveria ser uma exceção, está virando rotina.

Remuneração

Os bancários cobraram isonomia de tratamento entre novos e antigos funcionários. “Sabemos da dificuldade desse debate com o governo e órgãos reguladores, mas ele é importante, pois repara injustiças de governos anteriores, de funcionários que fazem a mesma função, mas não tem o mesmo direito. Corrigir essas distorções é uma questão de justiça”, enfatiza Tomaz de Aquino.

O Comando Nacional reivindicou ainda que, além da regra da PLR a ser negociada com a Fenaban, o banco reserve mais 5% do seu lucro líquido para o pagamento de PLR Social aos seus funcionários. Ademais, os bancários solicitam a anistia do empréstimo/concessão dado aos funcionários a título de PLR, já que o lucro do banco não foi suficiente para honrar o pagamento do benefício.

“Esse foi um paliativo que o BNB encontrou para pagar o que era direito nosso. Além disso, o lucro semestral do banco já sinaliza que a próxima PLR também pode ficar aquém das nossas expectativas e, se ainda tivermos que pagar esse empréstimo, o que vai sobrar é muito pouco”, justifica Tomaz de Aquino.

Sindicais

O Comando Nacional reivindicou ainda a liberação de mais dirigentes ligados à Contraf-CUT para fazer a defesa dos trabalhadores. A base de funcionários cresceu muito, mas o número de representantes liberados não aumentou. Hoje já existem bases sem nenhum representante e isso é prejudicial para o movimento sindical. Além disso, foi pleiteado um programa de valorização do dirigente sindical.

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