Dia Nacional de Paralisação mobiliza classe trabalhadora em Minas Gerais
Trabalhadores e trabalhadoras de várias categorias paralisaram atividades e participaram de mobilizações e atos na manhã desta quarta-feira (15) em Belo Horizonte e Região Metropolitana, Dia Nacional de Paralisação, convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), CTB e CSP Conlutas e organizado juntamente com os movimentos sociais. O protesto é contra o projeto de lei 4.330, que amplia a terceirização e teve o texto-base aprovado na Câmara dos Deputados no último dia 8 de abril. Petroleiros, servidores da saúde de Betim, educadores e educadoras pararam por 24 horas. Os bancários interromperam as atividades no período da manhã. À tarde, todos participam de grande ato na Praça Afonso Arinos, em frente à Escola de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no Centro da capital mineira. As manifestações também são em defesa da Petrobras pública, pela retirada das medidas provisórias 664 e 665, pela reforma do sistema político e pela democratização da comunicação.
“O PL 4.330 é mais um ataque à classe trabalhadora e todos os brasileiros, pois a terceirização causa mortes, retira direitos e significa o fim dos concursos públicos. Nosso Dia Nacional de Luta começou muito bem, paramos a Magnesita, com um grande ato que fechou a avenida. Fizemos o ato na Regap, com a paralisação dos petroleiros. Estamos fazendo a nossa parte, indo para as ruas e mostrando o quanto o PL 4.330 pode afetar a vida de todos, conscientizando os trabalhadores de que a terceirização traz morte”, afirmou Beatriz Cerqueira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores (Sind-UTE/MG).
“Onde Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, estiver, nós estaremos lá para constrangê-lo. Parabéns a todos pelo 15 de abril que construímos hoje. Nossos próximos passos são o protesto da tarde, na Praça Afonso Arinos, e no dia 30 de abril, com grande ato na Escola de Direito da UFMG”, acrescentou a presidenta da CUT/MG. Ela também convocou todos para o Dia Estadual de Luta, 21 de abril. “Vamos as nossas pautas para Ouro Preto. Dizer que não vamos pagar a conta pela crise”, concluiu.
As mobilizações começaram por volta das 4h30. Metalúrgicos e metalúrgicas se concentraram diante do Sindicato dos Metalúrgicos de BH, Contagem e Região, no bairro Jardim Industrial. Eles se uniram a bancários, petroleiros, educadores, trabalhadores em telecomunicações, eletricitários, refrataristas entre outros, em protesto em frente à Magnesita, na Cidade Industrial. Durante o ato, todas as pistas da avenida Cardeal Eugênio Pacelli e da Rodovia Fernão Dias foram fechadas por quase uma hora. A CUT/MG e sindicatos CUTistas e de outras centrais distribuíram panfletos sobre os prejuízos da terceirização para trabalhadores e sociedade e com todos os deputados federais mineiros que votaram a favor do PL 4.330. De lá, todos seguiram pela BR-381 até a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim. Os manifestantes se juntaram aos petroleiros que paralisaram as atividades por 24 horas e realizaram outro ato na portaria principal da unidade da Petrobras.
Na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, bancários e bancárias realizaram panfletagem, participaram de mobilizações e fecharam agências bancárias até o meio-dia. Trabalhadores e trabalhadoras dos Correios, servidores públicos municipais e metroviários também promoveram mobilizações. No mesmo período, as famílias das ocupações urbanas, organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) fizeram manifestações, assim como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MA) e a Vida Campesina, além de outros movimentos e entidades.
O Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino (Sindifes) promoveu uma aula pública sobre terceirização na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em Uberlândia, o Coletivo CUTista realizou ato público na Câmara Municipal.
O texto-base do PL, aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 8 de abril, depois que o presidente da Casa, Eduardo Cunha, colocou o projeto para aprovação urgente, urgentíssimo, legaliza a terceirização em todos os postos de trabalho da cadeia produtiva. Atualmente, a terceirização só é permitida nas atividades meio das empresas, como faxina, portaria e segurança.