Em dia nacional de luta, bancários cobram mais empregos do Santander

Carta aberta distribuída aos clientes em todo Brasil

Os bancários paralisaram nesta quinta-feira (11) agências do Santander em todo país, realizando um dia nacional de luta, conforme orientação da Contraf-CUT. Os sindicatos fizeram protestos e manifestações, principalmente contra a falta de funcionários, diante da carência de pessoal, de uma nova onda de demissões e da política nefasta de rotatividade do banco espanhol.

“Ocorreram demissões em massa em dezembro de 2012, quando o banco demitiu sem justa causa 1.153 funcionários, o que representou um corte de 975 postos de trabalho. O pior é que, em vez de preencher essas vagas, novas dispensas estão acontecendo, aumentando ainda mais a sobrecarga de trabalho, o estresse e o adoecimento de funcionários”, denunciou o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

Uma carta aberta, elaborada pela Contraf-CUT, foi distribuída pelos sindicatos aos clientes, pedindo apoio e solidariedade para a luta dos bancários.

Clique aqui para ler a carta aberta.

Os trabalhadores reivindicaram também o fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, melhores condições de saúde, segurança e trabalho, igualdade de oportunidades e valorização dos aposentados.

Elitização x Universalização

A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani, destacou que “algumas agências precisam ser fechadas no meio do dia porque a quantidade de funcionários não é suficiente para dar conta do número de clientes, mas o banco afirma que está tudo dentro da normalidade”.

Rosani deu um exemplo para ilustrar a política da instituição no que se refere à contratação de pessoal. “O Santander abriu um novo tipo de agência chamada Select para clientes de alto padrão aquisitivo, mas, ao invés de contratar novos funcionários, o banco está tirando gerentes das agências já existentes e transferindo para essas novas unidades, o que acaba acarretando mais sobrecarga a todos os funcionários”, apontou.

“Queremos mais e melhores empregos e condições dignas de trabalho, a fim de garantir atendimento de qualidade para todos os clientes”, salientou Ademir. “Não aceitamos que o banco empurre clientes que pagam altas taxas de juros e tarifas exorbitantes para utilizar correspondentes, onde não têm bancários nem vigilantes”, disse. “Em vez de elitizar para a alta renda e precarizar para a baixa renda, o banco que é uma concessão pública deveria universalizar o atendimento com excelência para todos”, apontou.

Chega de enrolação nas negociações

Os protestos foram também um recado da Contraf-CUT, federações e sindicatos para que o Santander pare de enrolar nas negociações específicas e atenda as reivindicações dos trabalhadores. “Nos últimos meses não faltaram debates com o banco, mas sem avanços concretos nem melhorias nas condições de saúde, segurança, trabalho e previdência complementar”, frisou Ademir.

“Queremos que o Santander respeite o Brasil e os brasileiros e valorize os funcionários e aposentados do banco”, concluiu o diretor da Contraf-CUT.

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