Na manhã de ontem (09), funcionários do Disque-Real, que fazem os turnos a partir das 08h não entraram para trabalhar, em adesão à greve dos bancários. O serviço funcionou precariamente, já que os gestores fizeram plano de contingência, obrigando os empregados que entram às 06h e às 07h a chegar mais cedo para evitar o piquete. Durante toda a manhã o atendimento ficou prejudicado, já que não havia atendentes em número suficiente para dar conta da já aumentada procura dos clientes pelo serviço, em função da greve nas agências.
Por volta das 13h, chegaram advogados do banco com a mesma liminar de interdito proibitório que vem sendo apresentada nas agências. Mas os sindicalistas presentes não se deixaram enganar, já que o texto do documento faz referência direta à paralisação de atividades nas agências bancárias e não menciona nenhuma outra dependência do banco, e que, portanto, não tem validade para o call center. Não satisfeitos, os advogados chamaram a polícia. Mas o policial não soube o que fazer diante da controvérsia, informou que só seu superior poderia tomar alguma atitude e foi embora. Em seguida, outro policial chegou, mas o impasse permaneceu.
Aproveitando a presença do policial, a coordenadora do Disque Real, Nádia Santiago, acusou os sindicalistas de a terem ameaçado, embora ela não tivesse, até aquele momento, se aproximado do piquete. A gestora insistiu em não liberar os bancários que estavam dentro do prédio e que os manteria trabalhando até o final do turno, mesmo com a sobrecarga de trabalho. A situação começou a ficar tensa e os dirigentes sindicais decidiram liberar a passagem dos funcionários que desejassem entrar para trabalhar e a paralisação foi encerrada, por volta das 14h.
Apesar de não terem conseguido manter o Disque-Real parado durante todo o dia, os sindicalistas consideraram o movimento positivo, não só pelo tempo de paralisação, mas também porque foi mais uma oportunidade de se aproximar dos empregados do call center e envolvê-los nas ações da Campanha Salarial.