A jornada de seis horas da categoria bancária é uma conquista que deve ser lembrada constantemente. Lembrança fundamental para os bancários do HSBC que relataram a postura do diretor Ruben Voith, durante reunião com os trabalhadores. O diretor do banco disse que o ideal seria o funcionário trabalhar oito horas, além de se dedicar ao aumento da produção e com turnos de 24 horas.
Os bancários contaram, ainda, que Voith fez um apelo para que os funcionários respondessem à pesquisa A Voz do Funcionário de forma positiva, pois, segundo ele, os trabalhadores têm que ter orgulho da empresa eleita como maior do mundo e que ficaria desapontando caso o resultado fosse negativo.
A postura do diretor do HSBC revoltou os bancários. “Em nenhum momento ele nos agradeceu ou enalteceu nossas habilidades, já que, apesar de estamos trabalhando no limite, sem intervalos de descanso, nossa produção é de causar inveja”, ironiza uma bancária que não quer se identificar.
O funcionário e dirigente sindical Paulo Sobrinho repudia a idéia de aumentar a jornada para oito horas. “Essa conquista foi fruto de muita luta. Isso não deveria nem passar pela cabeça de um diretor do HSBC”, afirma.
O dirigente sindical lembra ainda que para a pesquisa A Voz do Funcionário ter alguma credibilidade deve-se respeitar o anonimato. “Se o trabalhador tiver que se identificar, isso pode deixá-lo constrangido em apontar os pontos negativos da administração do banco”, ressalta Paulo Sobrinho.