Com um ato na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, a CUT São Paulo abriu as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher (8 de Março). No evento de quarta-feira 2, organizado pela Secretaria Estadual da Mulher Trabalhadora (SEM-CUT), houve ainda o lançamento estadual da Marcha das Margaridas, movimento organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com apoio da CUT e entidades parceiras.
A Marcha leva a Brasília, no mês de agosto, milhares de trabalhadoras do campo e da floresta. “O objetivo é colocar a agenda de reivindicações das mulheres do campo na pauta do Estado. Tivemos uma série de avanços após 2003, durante os mandatos do presidente Lula, mais ainda temos muito que avançar”, disse a coordenadora estadual da Marcha e secretária nacional de Meio Ambiente da CUT, Carmen Foro.
Segundo ela, o movimento em 2011 terá um sentido especial, já que pela primeira vez na história estamos sob a presidência de uma mulher.
Protesto
A Marcha das Margaridas começou em 2000 e chega à sua quarta edição este ano. O movimento elaborou uma agenda de reivindicações que foi entregue à Presidência, mas o governo FHC engavetou o documento. Naquele ano, a Contag conseguiu levar 20 mil trabalhadoras rurais a Brasília. Em 2003, primeiro ano do mandato de Lula, o número de mulheres dobrou, e em 2007 a mobilização levou à capital mais de 50 mil mulheres. Este ano, a organização aposta em 100 mil trabalhadoras.
Segundo Carmen Foro, além de chamar a atenção para as questões da mulher do campo, a marcha cumpre a importante função de mobilizar as trabalhadoras e promover debates em pequenas cidades do interior do país.
Margarida
Agosto é o mês em que foi assassinada a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Alves. Presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, município da Paraíba, Margarida foi morta por um pistoleiro, a mando dos usineiros da região, em 12 de agosto de 1983.
Ela estava na porta de sua casa, com o marido e o filho quando foi alvejada no rosto por um tiro de pistola que a deformou. O crime permanece impune.
Margarida ocupava desde 1973 a presidência do sindicato e em dez anos tinha movido 73 ações trabalhistas contra usineiros. Margarida Alves é símbolo da luta pelos direitos dos trabalhadores do campo.