CSI manifesta solidariedade à luta dos argentinos contra fundos abutres

O presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Felício, manifesta solidariedade à luta do povo argentino contra a chantagem dos especuladores: “querem sangrar o país vizinho”.

Para ele, “a pergunta que não quer calar, o por quê, a razão de toda esta investida contra a Argentina? Porque a postura soberana adotada pelo governo da presidenta Cristina Kirchner de não se dobrar à lógica dos especuladores abre o perigoso precedente do ‘não’. Uma decisão altiva que coloca em primeiro lugar o interesse da nação, do desenvolvimento do mercado interno, dos salários, empregos e direitos que seriam comprometidos com a sangria de recursos do Orçamento para a parasitagem”.

Leia a íntegra do artigo de João Felício:

Fundos abutres: teoria e prática

Conforme as regras do bom jornalismo, as matérias a serem veiculadas devem se caracterizar pela clareza e objetividade, existindo perguntas chaves a serem respondidas, a fim de que as pessoas tirem suas próprias conclusões.

Informado sobre “o quê”, “quem”, “quando”, “onde”, “como” e “por quê”, o leitor-ouvinte-espectador deveria reunir os elementos necessários para pensar com a própria cabeça, contribuindo para que a sociedade decidisse, a partir de uma melhor avaliação das informações disponíveis, sobre o melhor caminho a seguir.

Isso explica porque os conglomerados de comunicação, respondendo aos interesses do grande capital, fazem de tudo para contaminar o debate sobre temas tão sensíveis para nosso presente e futuro como os fundos abutres, a regulação do sistema financeiro, os paraísos fiscais, a concentração de renda, a taxação das grandes fortunas e transações financeiras. Diante disso, é imprescindível a adoção de medidas governamentais efetivas, bem como a mobilização das estruturas internacionais que regrem, disciplinem e coíbam tais abusos.

Via omissão ou grotesca manipulação, a grande mídia tenta embaralhar conceitos, inventar preceitos, demolir governos e destruir reputações, num jogo de vale-tudo para manter privilégios em que a primeira vítima é sempre a verdade.

O caso da Argentina, a quem as redes de televisão e os jornalões acusam reiteradamente de “calote” e de “mau exemplo” – por não se dobrar às chantagens dos fundos abutres -, é um bom exemplo, pois fica evidente a intenção dos donos destes veículos, fiéis cães de guarda dos interesses dos rentistas.

O quê/quem são fundos abutres? São fundos especulativos de magnatas que compram títulos, sobretudo governamentais, bastante desvalorizados e que passam posteriormente a cobrar – via pressões, subornos e chantagens – o seu recebimento pelo valor de face. Vivem da exploração e parasitismo desta carniça, por isso são chamados de abutres.

Quando, onde e como? No caso argentino, esses fundos não aceitaram a reestruturação da dívida feita pelo governo de Néstor Kirchner entre 2005 e 2010. Naquele momento, em que 93% dos credo­res aceitaram a renegociação com remu­neração entre 45% e 70% da dívida, estes senhores apostaram na política do “quanto pior, melhor”. Queriam que o país acelerasse rumo ao abismo, projetando os lucros que seriam potencializados com o crescimento do desemprego, da fome e da miséria. Agora, esses mesmos abutres querem que o governo argentino pague a totalidade dos títulos da dívida que adquiriram, como declarava o acordo original: US$ 1,3 bilhão acrescidos dos juros. É muita desfaçatez.

Finalmente, a pergunta que não quer calar, o por quê, a razão de toda esta investida contra a Argentina? Porque a postura soberana adotada pelo governo da presidenta Cristina Kirchner de não se dobrar à lógica dos especuladores abre o perigoso precedente do “não”. Uma decisão altiva que coloca em primeiro lugar o interesse da nação, do desenvolvimento do mercado interno, dos salários, empregos e direitos que seriam comprometidos com a sangria de recursos do Orçamento para a parasitagem.

Em meio a toda esta batalha – que tanto quanto econômica é política e ideológica -, reiteramos ser inaceitável que a decisão de uma corte, como a de Nova Iorque, chancele a posição de um juiz como Thomas Griesa, indicado pelo ex-presidente Richard Nixon – que dispensa apresentações- se sobreponha ao interesse de toda uma Nação.

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