Correspondentes bancários terão de contratar segurança privada no Pará

Pressionada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Segurança Pública do Pará e Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Pará, a governadora Ana Júlia Carepa voltou atrás sobre o veto ao projeto de lei que visa garantir a segurança da população mediante implantação do serviço de vigilância em todos os estabelecimentos de correspondentes bancários (lotéricas, supermercados, farmácias, etc.).

O projeto, que chegou a ser vetado por decreto da governadora, deve gerar cerca de três mil empregos diretos. Segundo a Consultoria Geral do Estado, a medida será encaminhada à Assembléia Legislativa (AL).

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Juber Oliveira, trata-se de uma medida de bom senso. “Isso representa uma vitória para a categoria, pois praticamente lutávamos para garantir um serviço que já existe. O Pará, por exemplo, possui 154 casas lotéricas e a maioria delas tem a segurança composta por policiais biqueiros, quando poderia ser feita por profissionais qualificados para aquele tipo de serviço”, destaca.

Ao saber da notícia, o presidente do Sindicato das Empresas, Oziel Carneiro, também ficou satisfeito. “Era tudo o que queríamos. Essa luta vem ocorrendo desde o final de julho, época em que a governadora vetou o projeto, e confesso que cheguei a ficar desmotivado, pois sabemos que quando um projeto aprovado por unanimidade, como foi o caso, retorna para a AL, em geral, é arquivado”, afirma.

POPULAÇÃO

Nas ruas, a população que usufrui do serviço naqueles estabelecimentos se diz a favor do projeto. “Toda vez que vou a uma casa lotérica fico com medo de se assaltada. Não tem segurança nenhuma”, comenta a administradora Lorena Santos, cuja opinião é compartilhada pelo empresário Victor Araújo.

“Já presenciei um assalto em uma farmácia e, desde então, fico com medo de pagar contas. Mas temos de ir porque os bancos vivem lotados. Se tivesse segurança, com certeza eu iria fazer isso com mais freqüência”.

Dados do Sindicato das Empresas de Segurança mostram que, somente em Belém, há cerca de 100 pontos de loterias e outros 300 pontos de farmácias e supermercados que realizam serviços bancários.

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