Campanha Salarial 2009, análises do movimento nacional, estratégias para a campanha, segurança bancária, direitos dos trabalhadores, saúde e valorização profissional serão alguns dos temas abordados em palestra que será ministrada pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), Carlos Alberto Cordeiro da Silva. O evento ocorre nesse sábado (22), na sede do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e do Ramo Financeiro em Mato Grosso (SEEB-MT). A ação faz parte do encontro de organização da campanha salarial.
Carlos Cordeiro é uma das principais vozes do movimento sindical nacional. Ocupando a presidência da Confederação que representa 10 federações estaduais e/ou regionais e 110 sindicatos de bancários de todo o país, abrangendo mais de 95% do total da categoria, hoje estimada em 450 mil trabalhadores. Cordeiro tem 12 anos de atuação sindical, a maior parte na entidade nacional, desde os tempos de CNB. Bancário do Itaú há 24 anos, viveu a luta por importantes conquistas da categoria e mantém o olhar crítico voltado para o futuro.
O SEEB-MT é filiado a Contraf-CUT e tem participado ativamente de todas as ações tanto regionais quanto nacionais pelos direitos dos trabalhadores do ramo financeiro. Na campanha salarial desse ano, que está em andamento, dois encontros foram realizados com a Federação Brasileira de Bancos (Fenaban) e o presidente do Sindicato, Arilson da Silva, representou Mato Grosso. Estão agendadas novas rodadas de negociação, sendo que a próxima deverá ocorrer no dia 27 de agosto (quinta-feira).
O encontro para a organização da Campanha Salarial 2009 em Mato Grosso ocorre das 8 às 13 horas, no dia 22 de agosto. Estão convocados para o evento os delegados sindicais mato-grossenses, sendo que os demais trabalhadores do ramo financeiro também podem participar gratuitamente. O tema central desse ano é “Bancos abusam. Cadê a responsabilidade social?”. Para a construção da pauta de reivindicações foram realizadas assembléias com bancários de todo o país, onde foram ouvidos seus principais anseios e necessidades em ambiente de trabalho.
O que é a Contraf-Cut? – Criada em janeiro de 2006, em uma assembléia ocorrida em Curitiba (PR), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT) já nasceu representativa e, dois meses depois, a nova entidade já estava com seu devido registro sindical. O objetivo da Contraf-CUT é atender a uma demanda das diversas categorias envolvidas em atividades do sistema financeiro. Muitas delas permanecem à margem da Convenção Coletiva Nacional dos Bancários, embora realizem serviços contratados por empresas que fazem parte das holdings controladas por bancos.
A Contraf é a “sucessora” do Departamento Nacional dos Bancários da CUT (DNB/CUT) e da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT). A entidade possui ainda uma estrutura horizontal formada pelas Comissões de Empresa dos funcionários de bancos, que têm a função de assessorar a direção da Confederação, discutir e organizar as ações específicas dos bancários em cada instituição financeira.
Entre esses profissionais, além de bancários e financiários, encontram-se promotores de vendas, securitários, especialistas em tecnologia da informação, funcionários de bolsas de valores, entre outros. Estima-se que essas categorias ultrapassem um milhão de empregados, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad) realizada em 2004. Um dos objetivos da criação da entidade é incluir no debate e nas negociações sindicais todos os trabalhadores que fazem parte do processo de intermediação financeira com o intuito de equiparar seus direitos e ampliar suas conquistas.
A pulverização dos trabalhadores brasileiros em cerca de 18 mil sindicatos nos últimos anos tornou obsoleta a organização por categoria profissional, uma vez que eles se relacionam por ramo de atividade e estão envolvidos no mesmo processo. Além de nascer orgânica à CUT, a Confederação ainda cumpre uma das principais estratégias da Central que é a ampliação da representação dos trabalhadores.