Contraf-CUT recebe visita de delegação da Global Labour University

Os visitantes, oriundos de cinco países, vieram conhecer a luta dos bancários

A Contraf-CUT recebeu nesta quarta-feira (23), em São Paulo, a visita de uma delegação de trabalhadores da GLU (Global Labour University), do Canadá, com estudantes de cinco países: Kartika Sardjana (Indonésia) , Sophia Lowe (Barbados), Mario Jacobs (África do Sul), Alex Amoh (Gana) e Nicolo Giangrande (Itália), que estão no Brasil e vieram conhecer a experiência e a organização dos bancários.

A GLU é um programa de formação acadêmica para sindicalistas e militantes das causas do trabalho. Iniciado em 2004, na Universidade de Kassel/Escola de Economia de Berlim, o programa conta atualmente com cinco campi localizados na Índia, África do Sul, Brasil, Alemanha e Estados Unidos .

Para Mário Raia, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, o encontro possibilitou aos trabalhadores estrangeiros entender como funciona uma grande confederação sindical brasileira, como a Contraf-CUT, que reúne oito federações e 104 sindicatos filiados de todo o Brasil.

“Em vários debates internacionais que participamos, os trabalhadores de outros países tomam como exemplo a nossa organização e a nossa campanha salarial, de alcance nacional, representando cerca de 500 mil bancários”, destaca.

Durante o encontro, o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, destacou a realização da 16ª Conferência Nacional dos Bancários, que ocorre entre os dias 25 e 27, em Atibaia (SP) e que deverá contar com cerca de 700 participantes, entre delegados, delegadas e observadores.

“Além das questões trabalhistas, que envolvem a categoria, também vamos debater a necessidade da reforma política e temas, como os 50 anos do golpe militar ocorrido no Brasil. A preservação da memória é importante porque reforça a nossa luta pela democracia brasileira”, explicou o dirigente sindical aos visitantes.

Interesses globais e específicos dos bancários

Nathalie Guay, diretora de Relações Internacionais da Confederação dos Sindicatos Nacionais do Canadá (CSN), informou durante o encontro que a taxa de sindicalização do setor bancário no Canadá é quase zero e que a única instituição que tem sindicatos é a Caixa Popular (cooperativa de crédito), criada pelos trabalhadores. “Os bancos tentam barrar ao máximo a organização dos bancários”, relatou.

O Projeto-piloto de Segurança Bancária, conquistado nas negociações da Campanha Nacional 2012, também despertou interesse entre a delegação estrangeira. “Fiquei surpreso com a conquista dos bancários brasileiros de conseguir discutir segurança bancária com as instituições financeiras. Na África do Sul não existe isso, os bancos não dão abertura aos sindicatos para debater este tipo de problema. Vamos levar essa experiência ao nosso país”, afirmou Mario Jacobs.

A criação do banco dos Brics, anunciada na semana passada, e a situação atual da economia brasileira também foram alvos do interesse da delegação na Contraf-CUT. “O Brasil é o sexto país mais rico do mundo, mas por outro lado é o décimo em distribuição de renda. Para nós, trabalhadores, o que interessa é um crescimento econômico com distribuição de renda e o Banco do Brics precisa fomentar projetos neste sentido”, destacou Carlos Cordeiro.

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