A Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) se reúnem nesta sexta-feira (26), às 9h, com o Ministério da Justiça, em Brasília, para retomar os debates acerca da proposta de projeto de lei de segurança privada, que foi encaminhada pelas entidades com o objetivo de atualizar a legislação e reforçar a proteção da vida de trabalhadores e clientes.
Os representantes dos bancários e vigilantes serão recebidos pela Secretaria de Assuntos Legislativos, que trata da apreciação dos projetos de lei. O assunto foi objeto de reuniões, durante o período do ministro Tarso Genro.
“A lei federal nº 7.102/83 tem cumprido importante papel de controle e definição de responsabilidade da segurança privada, no entanto, encontra-se defasada, diante do crescimento da violência e da criminalidade, sendo necessária adequá-la à realidade”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
Outro assunto a ser tratado com o Ministério da Justiça é o crime da “saidinha de banco”, que está assustando trabalhadores e clientes em todo país. No primeiro semestre deste ano, conforme pesquisa nacional da Contraf-CUT, 20 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos, média de mais de três mortes por mês, sendo 11 em casos de “saidinha de banco”. É uma ação criminosa que começa dentro das agências e dos postos de atendimento e, por isso, requer medidas preventivas dos bancos.
“Não apoiamos a proibição do uso do celular nos bancos, como defendem os bancos, pois a medida é ingênua, inócua e não resolve o problema da visualização das operações por olheiros”, destaca Ademir. “Na realidade, proibir o celular significa a transferência da responsabilidade de segurança para os clientes, quando isso deve ser assumido dentro das agências pelos bancos e fora dos estabelecimentos pela segurança pública”, defende.
Os bancários e vigilantes também pretendem alertar o Ministério da Justiça para o problema da utilização de correspondentes bancários, que substituem agências e postos de atendimento bancário, sem o emprego de bancários e vigilantes e sem qualquer medida de segurança.
“Trata-se de um modelo que não é de inclusão bancária, mas sim de exclusão da população de baixa renda, que está trazendo precarização do atendimento, insegurança e ainda coloca em risco o sigilo bancário dos clientes”, aponta o diretor da Contraf-CUT.