A Contraf-CUT irá retomar nesta quinta-feira 8 os debates com o Bradesco buscando a construção de um programa de combate ao assédio moral. A negociação acontece às 10h, na sede do banco, em Osasco.
O tema já foi debatido com os representantes dos trabalhadores na última reunião ocorrida em 24 de junho. Na ocasião, ficou definido como ponto de partida as questões já discutidas na mesa temática de Saúde do Trabalhador com a Fenaban.
Os bancários contarão com a participação de assessoria técnica, como a doutora em medicina preventiva pela USP e especialista em psicologia do trabalho pela UFPR, Lis Andréa Soboll.
A diretora da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Elaine Cutis, destaca que a disposição da empresa em discutir o tema foi um ponto positivo da última reunião, mesmo com pontos de discordância entre as partes, como o item que diz respeito a não divulgação do nome dos funcionários acusados de prática de assédio, proposta pelo banco. “Se trata de uma decisão que deve ser tomada pelo movimento sindical bancário, uma vez que é responsável pela defesa dos trabalhadores”, afirma Elaine.
A posição da Contraf-CUT é que a ocultação dos nomes pode colaborar para a continuidade da prática de assédio moral, uma vez que o assediador poderia sentir-se “protegido” pela empresa.
“Queremos que a disposição da empresa em discutir o tema se traduza em propostas efetivas para melhorar a vida dos trabalhadores. Se o banco quer valorizar de fato as relações de trabalho, é importante construir um programa que proteja os bancários e iniba a prática do assédio moral”, defende Elaine.
O tema do assédio moral vem sendo apontado como prioritário pelos bancários em todo país, como tem sido demonstrada na consulta básica encaminhada pela Contraf-CUT. “A partir da conceituação do tema, a expectativa dos trabalhadores é que os entraves sejam superados para que seja possível chegar a um acordo”, ressalta Elaine.
“O assédio moral é uma das principais causas de doenças ocupacionais nos bancos. Além de ser responsável por essa terrível forma de violência psicológica e de impor metas abusivas, o Bradesco insiste em negar a existência desta prática na empresa. O banco alega que os gestores são orientados a não cometerem o assédio, mas, na verdade, o problema continua crescendo nos locais de trabalho”, conclui o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Almir Aguiar.
Segurança
Acompanhados pela assessoria técnica, os representantes dos trabalhadores ainda debaterão sobre a inclusão como cobertura no plano de saúde o tratamento psicológico e psiquiátrico para vítimas de assédio moral e assalto.