Consulta aos bancários do Santander prioriza garantia de emprego para aditivo

Os bancários do Santander querem garantia de emprego, fim da terceirização e a criação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) como novas conquistas no acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Esses foram os itens destacados nos resultados da consulta, coordenada pela Contraf-CUT, feita aos trabalhadores do banco espanhol pelos sindicatos em todo o país.

Apesar do período de menos de duas semanas, 5.441 questionários foram respondidos pelos funcionários do Santander. O perfil desses trabalhadores é majoritariamente de bancários com até cinco anos de trabalho (1.759 questionários), seguidos daqueles com mais de 15 anos de casa (1.303).

Entre as reivindicações sobre emprego, 3.799 bancários (80% do total) consideraram fundamental a garantia de emprego e a necessidade de mais contratações (2.180 ou 46%). A licença remunerada pré-aposentadoria (conhecida como “pijama”) e o fim dos terceirizados também tiveram destaque.

No item auxílio-educação, os bancários do Santander optaram pela ampliação dessa conquista para cursos de pós-graduação e auxílio ao estudo de idiomas.

Outro ponto de destaque foi a criação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), apontada como prioridade por 3.785 trabalhadores, o que é muito expressivo. Além disso, 2.680 consideraram essencial acabar com as distorções salariais na mesma função.

Quando questionados sobre uma nova cláusula que gostariam de ver no aditivo, a resposta mais citada espontaneamente (sem a apresentação de opções) pelos bancários foi “o fim das metas abusivas”, o que deixa clara a importância do tema.

Foi proposto também o empréstimo de um salário durante as férias para ser pago em 10 vezes sem juros – o que já ocorre aos trabalhadores do antigo Banespa -, bem como a concessão de cinco dias de ausências abonadas ao ano. Os bancários do Santander na Espanha já gozam dessas duas conquistas.

“Essas respostas mostram que os funcionários estão cada vez mais antenados na busca de valorização, sobretudo neste momento em que o Brasil representa 25% do lucro mundial do Santander, superando a participação da Espanha que é hoje de 13% do resultado global”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

Acordo aditivo

A consulta serve de base para a elaboração da pauta específica de reivindicações, que será apreciada em assembleias nos sindicatos ao longo desta semana. O atual aditivo expira no próximo dia 31 de agosto.

Os bancários do Santander são os únicos entre os bancos privados a possuir acordo complementar à convenção coletiva. O aditivo possui uma série de direitos conquistados com negociação e luta, como auxílio-educação, intervalo de 15 minutos dentro da jornada de seis horas, ampliação da licença-amamentação e licença não remunerada de 30 dias para o acompanhamento de familiares com problemas de saúde, entre outros pontos.

A data indicativa para a entrega da pauta de reivindicações ao banco espanhol é dia 30 de agosto.

“A conquista de um aditivo com novas conquistas vai depender da disposição de luta de cada funcionário e da força da mobilização nacional dos bancários”, conclui o diretor da Contraf-CUT.

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