Eduardo Laguna
Valor Online
Com o processo de integração das operações perto do fim, o Itaú Unibanco voltou a colocar em foco o plano de internacionalização da instituição financeira.
“Vamos olhar mais para fora e ver quais são as oportunidades”, disse nesta terça-feira (17) o presidente do banco, Roberto Setubal, que também assinalou que o Itaú Unibanco passou a olhar com mais atenção e interesse novos investimentos no exterior.
O executivo apontou que a América Latina é o “caminho natural” da instituição financeira e descartou a ideia de abrir uma operação de varejo nos Estados Unidos, apesar de o mercado americano mostrar maior espaço para consolidação quando comparado ao cenário europeu.
Crescer para fora do Brasil é uma aspiração do grupo desde a fusão do Itaú e do Unibanco em novembro de 2008. No entanto, o projeto foi colocado em segundo plano diante da prioridade de unificar as operações dos dois bancos.
O processo está perto do fim e a expectativa é que todas agências passem a operar com a marca e plataforma operacional do Itaú a partir do fim de outubro. “Já atravessamos os pontos mais difíceis da fusão”, afirmou Setubal durante apresentação a analistas e investidores em evento promovido pela Apimec.
Visualmente, os clientes vão ver as agências unificadas em um prazo de aproximadamente dois meses, mas ainda falta integrar algumas áreas, incluindo plataformas de cartões de pagamento.
A integração só deverá estar 100% concluída no primeiro trimestre de 2011, conforme informou Rogério Calderón, diretor corporativo de Controladoria do Itaú Unibanco, durante apresentação das demonstrações financeiras no início deste mês.
No total, aproximadamente mil agências do Unibanco terão migrado ao sistema operacional do Itaú. Essas unidades, assim como as que ainda serão abertas, adotaram um novo conceito, que, entre as mudanças, incluem agências sem porta giratória e terminais de autoatendimento com angulação que impede a visão das transações de quem está ao lado.
Sobre os planos de internacionalização, Setubal disse que o crescimento para o exterior deve ser ancorado na abertura de bancos comerciais, para que outras áreas financeiras, como operações de private banking, surjam a partir desse núcleo. Com base nos dados de junho, o Itaú Unibanco tem US$ 55,004 bilhões em ativos no exterior, ou 15,2% do total de ativos do grupo financeiro.